LC - 1º dia | Caderno 4 - ROSA - Página 7
1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito
da energia e da temeridade.
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão
elementos essenciais de nossa poesia.
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade
pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar
o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de
corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
4. Nós armamos que a magnicência do mundo
enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade.
Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos
grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um
automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é
mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura
o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada
também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor,
fausto e municiência, para aumentar o entusiástico
fervor dos elementos primordiais.
MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas
europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.
O documento de Marinetti, de 1909, propõe os
referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a
A composição estática.
B inovação tecnológica.
C suspensão do tempo.
D retomada do helenismo.
E manutenção das tradições.
Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas
não estava satisfeita com sua condição. Não passamos
de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos
conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos
na História será tão desprezível quanto a gosma que
marca nossa passagem pelos pavimentos.
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma
queria ser como aquele parente distante, o escargot.
O simples nome já a deixava fascinada: um termo
francês, elegante, sosticado, um termo que as pessoas
pronunciavam com respeito e até com admiração.
Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são
comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de
sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita
lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua
vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada,
entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como
o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo,
respondia, a travessa de porcelana é a única lápide
digna dos meus sonhos.
SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al.
A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.
Incorporando o devaneio da personagem, o narrador
compõe uma alegoria que representa o anseio de
A rejeitar metas de superação de desaos.
B restaurar o estado de felicidade pregressa.
C materializar expectativas de natureza utópica.
D rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.
E valorizar as experiências hedonistas do presente.
A ciência do Homem-Aranha
Muitos dos superpoderes do querido Homem-
-Aranha de fato se assemelham às habilidades
biológicas das aranhas e são objeto de estudo para
produção de novos materiais.
O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker
funciona quase como um sexto sentido, uma
espécie de habilidade premonitória e, por isso, soa
como um mero elemento ccional. No entanto, as
aranhas realmente têm um sentido mais aguçado.
Na verdade, elas têm um dos sistemas sensoriais mais
impressionantes da natureza.
Os pelos sensoriais das aranhas, que estão
espalhados por todo o corpo, funcionam como uma
forma muito boa de perceber o mundo e captar
informações do ambiente. Em muitas espécies, esse
tato por meio dos pelos tem papel mais importante
que a própria visão, uma vez que muitas aranhas
conseguem prender e atacar suas presas na completa
escuridão. E por que os pelos humanos não são
tão ecientes como órgãos sensoriais como os das
aranhas? Primeiro, porque um ser humano tem em
média 60 os de pelo em cada cm² do corpo, enquanto
algumas espécies de aranha podem chegar a ter
40 mil pelos por cm²; segundo, porque cada pelo das
aranhas possui até 3 nervos para fazer a comunicação
entre a sensação percebida e o cérebro, enquanto
nós, seres humanos, temos apenas 1 nervo por pelo.
Disponível em: http://cienciahoje.org.br.
Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).
Como estratégia de progressão do texto, o autor simula
uma interlocução com o público leitor ao recorrer à
A revelação do “sentido-aranha” adquirido pelo super-
-herói como um sexto sentido.
B caracterização do afeto do público pelo super-herói
marcado pela palavra “querido”.
C comparação entre os poderes do super-herói e as
habilidades biológicas das aranhas.
D pergunta retórica na introdução das causas da
eciência do sistema sensorial das aranhas.
E comprovação das diferenças entre a constituição
física do homem e da aranha por meio de
dados numéricos.
*SA0475RO7*