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ENEM Interativo

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ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA,
com sua caligraa usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase:
Que o mais simples fosse visto como mais importante.
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação,
dispostas da seguinte maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às
questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição.
2. Conra se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com
as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência,
comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
5. Reserve tempo suciente para preencher o CARTÃO-RESPOSTA e a FOLHA DE REDAÇÃO.
6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES
e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO.
9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar
seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em denitivo a sala de prova nos 30 minutos que antecedem o
término das provas.
1º DIA
CADERNO
1
AZUL
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Aplicação
*SA0175AZ1*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 2
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
Global Enterprises Need
Business English
Globalization and a massive communication and
information revolution have created a single global
market requiring a single common language.
91%
of business executives agree
that English is the international
language of business
BUT
companies’
investments have
not kept pace to
ensure they can
communicate
?
Of non- native
English-
speaking global
enterprise em-
ployees say communication in English is
critical or important for their jobs
92%
7%
YET ONLY...
report
that their
current
English
skills are sufficient for
success on the job
Disponível em: www.globalenglish.com. Acesso em: 20 abr. 2015.
O infográco aborda a importância do inglês para os
negócios. Nesse texto, as expressões but e yet only
evidenciam
A um impedimento às transações comerciais em
contexto internacional.
B o desinteresse dos funcionários nos cursos
oferecidos pelas empresas.
C uma comparação entre as visões dos executivos
sobre o aprendizado do inglês.
D a necessidade de inserção de funcionários nativos
no mercado de trabalho globalizado.
E um contraste entre o ideal e o real sobre a
comunicação em inglês no mundo empresarial.
Classifying
Philip and Annie wear glasses
and so do Jim and Sue,
but Jim and Sue have freckles,
and Tracey and Sammy too.
Philip and Jim are in boy’s group
but Philip is tall like Sam
whilst Jim is small like Tracey and Sue
and Clare and Bill and Fran.
Sue is in Guides and football
whilst Helen ts in most things —
except she’s a girl and quite tall.
Jenny is curly and blonde and short
whilst Sally is curly but dark;
Jenny likes netball, writing and maths
but Sally likes no kind of work.
Philip and Sam are both jolly,
Fran’s best for a quiet chat:
now I
have freckles, like joking, am tall, curly, dark,
in Guides, football
and play penny whistles and the piano…
how do I t into all that?
NICHOLS, J. In: COLLIE, J.; LADOUSSE, G. Paths into Poetry.
England: Oxford University Press, 1993.
No poema Classifying, a escritora inglesa Judith Nichols
compara várias pessoas com o objetivo de
A enumerar a diversidade de características físicas.
B classicar as preferências de diferentes pessoas.
C ilustrar a relação entre tipo físico e estilo de vida.
D destacar as singularidades de cada ser humano.
E denunciar a intolerância às diferenças físicas.
*SA0175AZ2*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 3
NYPD 911 OPERATORS
Opportunities as a Police Communications Technician
Police Communications Technicians (911 Operators/
Radio Dispatchers)
Starting Salary: $33,162 and can increase to $44,899
Requirements:
1. Four year high school diploma.
2. New York City residency is required within 90 days
of appointment.
3. Must be able to understand and be understood in
English.
4. Must pass a drug screening.
APPLICATION FEE: $47.00 - Payable on the day of the test.
Disponível em: www.nypdcivilianjobs.com. Acesso em: 17 out. 2013.
Neste anúncio de emprego no Departamento de Polícia
da cidade de Nova Iorque, um dos requisitos para se
preencher a vaga é
A ser capaz de se comunicar em inglês.
B pagar a taxa de inscrição antecipadamente.
C morar em Nova Iorque por 90 dias após o teste.
D ser experiente na área de combate às drogas.
E ter diploma de ensino médio há quatro anos.
Englishman in New York
I don't drink co󰀨ee I take tea my dear
I like my toast done on one side
And you can hear it in my accent when I talk
I'm an Englishman in New York
See me walking down Fifth Avenue
A walking cane here at my side
I take it everywhere I walk
I'm an Englishman in New York
[…]
I'm an alien, I'm a legal alien
I'm an Englishman in New York
I'm an alien, I'm a legal alien
I'm an Englishman in New York
Modesty, propriety can lead to notoriety
You could end up as the only one
Gentleness, sobriety are rare in this society
At night a candle's brighter than the sun
STING. Nothing Like the Sun. Studio Album. United States: A&M
Records, 1987 (fragmento).
Na letra da canção Englishman in New York, a fala do eu
lírico evidencia uma atitude de
A exaltação dos hábitos de um outro povo.
B diculdade de adaptação à cultura alheia.
C valorização da diversidade de costumes.
D disponibilidade para aprender coisas novas.
E predisposição a um comportamento solitário.
April 22, 2012
The Power of Pictures
by Vickie An
In February, the group took a photography eld trip
to Haiti’s La Visite national park. A student holds up a
lizard as her classmates snap away.
It’s said that a picture is worth a thousand words.
Conservation photographer Robin Moore believes this.
He especially believes that the stories photographs
can tell about the environment can inspire people to
care for the earth. “It doesn’t matter what language you
speak or what culture you come from, because a photo
can speak to everyone,” Moore says.
That’s the idea behind Frame of Mind. Moore
cofounded the organization last year with environmental
educator Deanna Del Vecchio and fellow nature
photographer Neil Ever Osborne. The group is on a
mission to help young people around the world connect
with nature through photography workshops.
In August 2011, Frame of Mind hosted its very rst
workshop with 20 youth journalists in Jacmel, Haiti.
The workshop was held in partnership with Conservation
International and Panos Caribbean. Each student was
given a digital camera to use for the week and was taught
how to use it. During the session, the kids learned about
the local environment and how it relates to their lives.
AN, V. Disponível em: www.timeforkids.com.
Acesso em: 1 maio 2012 (adaptado).
Reconhecendo o potencial da fotograa como uma
linguagem universal, a organização mencionada
intenciona levar
A as gerações mais jovens a reconhecerem diferentes
línguas e culturas.
B os jovens a compreenderem melhor a relação entre
o meio ambiente e suas vidas.
C os estudantes haitianos a conhecerem seus parques
nacionais.
D os jornalistas locais a buscarem parcerias com
organizações não governamentais.
E os alunos de jornalismo do Haiti a usarem câmeras
digitais em pesquisas.
*SA0175AZ3*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 4
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
El maíz peruano en la historia
Aunque es más conocida como cuna de la papa,
la sociedad inca también fue la civilización del maíz,
cultivo conocido en el Perú desde, por lo menos,
1 200 años a.C. Los antiguos agricultores peruanos
lograron sosticación en la selección y creación de
nuevas variedades adaptables a los diversos espacios
geográcos y climáticos. Al respecto, el cronista
Bernabé Cobo cuenta que en el antiguo Perú se hallaba
maíz, llamado choclo, de todos los colores: blanco,
amarillo morado, negro colorado y mezclado. Hoy en
día, en ese país se cultivan más de 55 variedades
de la popular mazorca, más que en ningún otro lugar
del mundo. En los Comentarios Reales de los Incas,
Garcilaso de la Vega nos ilustra sobre los hábitos
alimenticios incaicos relatando que uno de los pilares
de la alimentación era el maíz y que lo comían tostado
o cocinado en agua. En ocasiones solemnes molían
los granos para hacer un pan llamado humita. Al maíz
tostado se le denominaba como aún se le llama hoy:
cancha, antecesora de las palomitas.
Disponível em: www.yanuq.com. Acesso em: 20 jun. 2012 (adaptado).
O texto destaca a importância do milho na história do
Peru. Informa que os antigos agricultores peruanos
A desenvolveram cinquenta e cinco variedades da
planta.
B introduziram o milho em substituição à cultura da
batata.
C expandiram o cultivo do milho a outras partes do
mundo.
D produziram espécies de milho adaptáveis a diversos
solos.
E transformaram o preparo da pipoca em um evento
solene.
Dicen que Tita era tan sensible que desde que
estaba en el vientre de mi bisabuela lloraba y lloraba
cuando ésta picaba cebolla; su llanto era tan fuerte que
Nacha, la cocinera de la casa, que era medio sorda, lo
escuchaba sin esforzarse. Un día los sollozos fueron tan
fuertes que provocaron que el parto se adelantara. Y sin
que mi bisabuela pudiera decir ni pío, Tita arribó a este
mundo prematuramente, sobre la mesa de la cocina,
entre los olores de una sopa de deos que estaba
cocinando, los del tomillo, el laurel, el cilantro, el de la
leche hervida, el de los ajos y, por supuesto, el de la
cebolla. Como se imaginarán, la consabida nalgada no
fue necesaria, pues Tita nació llorando de antemano, tal
vez porque ella sabía que su oráculo determinaba que
en esta vida le estaba negado el matrimonio. Contaba
Nacha que Tita fue literalmente empujada a este mundo
por un torrente impresionante de lágrimas que se
desbordaron sobre la mesa y el piso de la cocina.
ESQUIVEL, L. Como agua para chocolate.
Buenos Aires: Debolsillo, 2005.
No fragmento do romance mexicano, publicado em
1989, prevalece a
A narração com base em elementos fantásticos.
B descrição com base no retrato objetivo da realidade.
C injunção com base no diálogo entre os personagens.
D exposição com base na denição do papel da mulher
na sociedade.
E argumentação a partir da discussão acerca de
dilemas existenciais.
*SA0175AZ4*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 5
DZWONIK, C. Disponível em: www.tarinja.net.
Acesso em: 12 ago. 2013.
A palavra clave, repetida diversas vezes na tirinha de
Gaturro, leva o leitor a uma reexão sobre o(a)
A uso exaustivo das tecnologias na vida moderna.
B qualidade de vida alcançada com os avanços
tecnológicos.
C praticidade da utilização dos códigos tecnológicos e
sociais.
D necessidade de aprender a utilizar as novas
tecnologias.
E quantidade de informações necessárias para
resolver problemas.
Dicen que hablamos muy alto. Algunos, incluso,
piensan que no hablamos sino que gritamos.
La corresponsal mexicana Patricia Alvarado admite que,
a veces, pedimos perdón, pero es “para arrebatarle la
palabra al otro y seguir hablando”. Nos reprochan que
escuchamos poco. O nada. “Cuando dos españoles se
enfrentan están más pendientes de las palabras que
van a utilizar en la réplica que en reexionar sobre los
argumentos que les están exponiendo”, opina el alemán
Paul Ingendaay, del Frankfurter Allgemeine. “Ninguna
autocrítica le sirve al español para cambiar”.
Disponível em: www.larioja.com. Acesso em: 15 ago. 2012 (adaptado).
De acordo com o texto, ao participarem de um diálogo,
os espanhóis habitualmente
A se enfurecem com os ouvintes e exageram no
gestual.
B se apoderam do turno de fala e opinam com
obstinação.
C se ofendem com a audiência e censuram os
argumentos contrários.
D se desculpam com o grupo e reconhecem o tom de
voz inadequado.
E se interessam por entender as considerações e
preferem diálogos cordiais.
Reexiones sobre la xenofobia en Europa
La xenofobia es una lacra que se resiste como el
peor de los cánceres a lo largo de las últimas décadas,
al punto que el escritor portugués José Saramago se
llegó a preguntar: “¿Cómo ha sido posible encontrarnos
con esta plaga de vuelta, después de haberla creído
extinta para siempre, en qué mundo terrible estamos
nalmente viviendo, cuando tanto habíamos creído
haber progresado en la cultura, civilización, derechos
humanos y otras prebendas...?” Qué hacer para
mitigar ésta desesperada y abominable situación, es la
clave que nos debe preocupar de forma urgente en la
sociedad, ya que el sistema global económico y político
parece algo mucho más complejo de cambiar a corto o
medio plazo. La solución en el sentir más extendido
entre de la masa social pensante europea pasa
por la educación. La educación ha de orientarse hacia
el fomento de la interdependencia y la cooperación
entre los pueblos para favorecer la universalidad, el
reconocimiento recíproco de las culturas y una síntesis
sociocultural nueva. Dicho de otra manera, es preciso
promover la idea de la diversidad cultural, la igual validez
de todas las culturas, el interés por otras formas de ver
el mundo como fuente de enriquecimiento personal
y social y la presentación de la sociedad multicultural
como la sociedad del futuro (Gabino y Escribano, 1990).
Disponível em: hemisferioizquierdo.uy. Acesso em: 18 ago. 2017.
Esse texto, que reete sobre a xenofobia na Europa,
defende que
A o multiculturalismo se apresenta como um dicultador
nas relações sociais.
B a educação intercultural deve insistir na aceitação
da condição do outro.
C o preconceito étnico é uma característica perene da
sociedade europeia.
D o rechaço aos imigrantes é um problema solucionável
a longo prazo.
E a xenofobia seja entendida como uma doença física
grave.
*SA0175AZ5*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 6
Questões de 06 a 45
De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modicadas,
boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada
por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ccional” uma interessante forma de literatura),
mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência.
Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a
multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou
difamação) se dá em várias direções.
Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).
O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos
pode ter como consequência a
A displicência natural das pessoas que navegam pela internet.
B desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.
C impossibilidade de identicação da origem dos textos.
D disseminação de ações criminosas na internet.
E obtenção de maior popularidade nas redes.
19-11-1959
Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente
mais de vinte anos não estou bem certa. Foi transferida para a Colônia Juliano Moreira e nunca mais a vi. [...]
À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona Georgiana, recortada no
meio do pátio, cantava e era de doer o coração. As dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa,
rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, sentadas no chão úmido, avançavam as faces inundadas
de presença — elas que eram tão distantes. Os rostos fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava
imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona Georgiana cantava: cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado
tão presente, ela que fora, ela que era, se elevando na limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas, o
pátio de mulheres existindo em dor e beleza. A beleza terríca que Puccini não alcançou: uma mulher descalça,
suja, gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade difícil e bela demais — para existir fora de um hospício.
CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, congura um registro singular, fundamentado por uma
percepção que
A atenua a realidade do sofrimento por meio da música.
B redimensiona a essência humana tocada pela sensibilidade.
C evidencia os efeitos dos maus-tratos sobre a imagem feminina.
D transgura o cotidiano da internação pelo poder de se emocionar.
E aponta para a recuperação da saúde mental graças à atividade artística.
VERISSIMO, L. F. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 2000.
No que diz respeito ao uso de recursos expressivos em diferentes linguagens, o cartum produz humor brincando com a
A caracterização da linguagem utilizada em uma esfera de comunicação especíca.
B deterioração do conhecimento cientíco na sociedade contemporânea.
C impossibilidade de duas cobras conversarem sobre o universo.
D diculdade inerente aos textos produzidos por cientistas.
E complexidade da reexão presente no diálogo.
*SA0175AZ6*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 7
A porca e os sete leitões
É um mito que está desaparecendo, pouca gente
o conhece. É provável que a geração infantil atual o
desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos
falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito no
largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas antigas. Não
faz mal a ninguém, pode-se correr para apanhá-la com
seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem
do lugar costumeiro da aparição, a qual só se dá à noite,
depois de terem “cumprido a sina”.
Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a
gente atirar contra a porca, o tiro não acerta. Ninguém
é dono dela e por muitos anos apareceu atrás da igreja
de Nossa Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu
Oswaldo Cruz.
ARAÚJO, A. M. Folclore nacional I: festas, bailados, mitos e lendas.
São Paulo: Martins Fontes, 2004.
Os mitos são importantes para a cultura porque, entre
outras funções, auxiliam na composição do imaginário
de um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui
com o patrimônio cultural brasileiro porque
A preserva uma história da tradição oral.
B conrma a veracidade dos fatos narrados.
C identica a origem de uma história popular.
D apresenta as diferentes visões sobre a aparição.
E reforça a necessidade de registro das narrativas
folclóricas.
É através da linguagem que uma sociedade se
comunica e retrata o conhecimento e entendimento de
si própria e do mundo que a cerca. É na linguagem que
se reetem a identicação e a diferenciação de cada
comunidade e também a inserção do indivíduo em
diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias,
gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um
caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro
ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês,
americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro, se
é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também
oferece pistas que permitem dizer se o locutor é homem
ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário,
universitário ou se é iletrado. E, por ser um parâmetro
que permite classicar o indivíduo de acordo com sua
nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica
ou social e seu grau de instrução, é frequentemente
usado para discriminar e estigmatizar o falante.
LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
Nesse texto acadêmico, as autoras fazem uso da
linguagem formal para
A estabelecer proximidade com o leitor.
B atingir pessoas de vários níveis sociais.
C atender às características do público leitor.
D caracterizar os diferentes falares brasileiros.
E atrair leitores de outras áreas do conhecimento.
Disponível em: http://jconlineinteratividade.ne10.uol.com.br.
Acesso em: 17 set. 2015.
Ao relacionar o problema da seca à inclusão digital,
essa charge faz uma crítica a respeito da
A diculdade na distribuição de computadores nas
áreas rurais.
B capacidade das tecnologias em aproximar realidades
distantes.
C possibilidade de uso do computador como solução
de problemas sociais.
D ausência de políticas públicas para o acesso da
população a computadores.
E escolha das prioridades no atendimento às reais
necessidades da população.
*SA0175AZ7*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 8
Em suas produções, nem o olho nem o ouvido
são capazes de encontrar um ponto xo no qual se
concentrarem. O espectador das peças de Foreman é
bombardeado por uma multiplicidade de eventos visuais
e auditivos. No nível visual, contínuas mudanças
da forma geométrica do palco, mesmo dentro de um
ato. A iluminação também muda continuamente; suas
transformações podem ocorrer com lentidão ou rapidez
e podem afetar o palco e a plateia: os espectadores
podem de súbito se ver banhados de luz quando os
canhões são voltados para eles sem aviso. Quanto
ao som, tudo é gravado: buzinas de carros, sirenes,
apitos, trechos de jazz, bem como o próprio diálogo.
O roteiro é fragmentado, composto de frases curtas,
aforísticas, desconectadas.
DURAND, R. In: CONNOR, S. Cultura pós-moderna: introdução às
teorias do contemporâneo. São Paulo: Loyola, 1992 (adaptado).
A descrição, que referencia o Teatro Ontológico-
-Histérico do dramaturgo estadunidense Richard Foreman,
representa uma forma de fazer teatro marcada pela
A subversão aos elementos tradicionais da narrativa
teatral.
B visão idealizada do mundo na construção de uma
narrativa onírica.
C representação da vida real, aproximando-se de uma
verdade histórica.
D adaptação aos novos valores da burguesia
frequentadora de espaços teatrais.
E valorização espetacular do ideal humano, retomando
o princípio do Classicismo grego.
A mídia divulga à exaustão um padrão corporal
determinado, padrão único, branco, jovem, musculoso
e, especialmente no caso do corpo feminino, magro.
Pesquisas apontam para o fato de que esse padrão
de beleza divulgado se aplica apenas de 5 a 8% da
população mundial. Especialmente no Brasil, onde a
diversidade é uma característica marcante, a mídia no
geral acaba por mostrar seu desprezo pela riqueza de
tipos, de raças, pela própria mestiçagem, insistindo
num padrão único de beleza tanto para mulheres
quanto para homens.
MALDONADO, G. A educação física e o adolescente: a imagem corporal e
a estética da transformação na mídia impressa. Revista Mackenzie
de Educação Física e Esportes, n. 1, 2006 (adaptado).
Em relação aos aspectos do padrão corporal dos
brasileiros, compreende-se que esta população
A é caracterizada pela sua rica diversidade.
B possui, em sua maioria, mulheres obesas.
C está devidamente representada na grande mídia.
D tem padrão de beleza idêntico aos demais países.
E é composta, na maioria, por pessoas brancas e magras.
O mato do Mutúm é um enorme mundo preto, que
nasce dos buracões e sobe a serra. O guará-lobo trota
a vago no campo. As pessôas mais velhas são inimigas
dos meninos. Soltam e estumam cachorros, para ir
matar os bichinhos assustados o tatú que se agarra
no chão dando guinchos suplicantes, os macacos que
fazem artes, o coelho que mesmo até quando dorme
todo-tempo sonha que está sendo perseguido. O tatú
levanta as mãozinhas cruzadas, ele não sabe e os
cachorros estão rasgando o sangue dele, e ele pega a
sororocar. O tamanduá. Tamanduá passeia no cerrado,
na beira do capoeirão. Ele conhece as árvores, abraça
as árvores. Nenhum nem pode rezar, triste é o gemido
deles campeando socôrro. Todo choro suplicando por
socôrro é feito para Nossa Senhora, como quem diz
a salve-rainha. Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os
homens, pé-ante-pé, indo a peitavento, cercaram o
casal de tamanduás, encantoados contra o barranco,
o casal de tamanduás estavam dormindo. Os homens
empurraram com a vara de ferrão, com pancada bruta,
o tamanduá que se acordava. Deu som surdo, no corpo
do bicho, quando bateram, o tamanduá caiu pra lá, como
um colchão velho.
ROSA, G. Noites do sertão (Corpo de baile).
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.
Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto
afetivo no contorno da paisagem dos sertões mineiros.
Nesse fragmento, o narrador empresta à cena uma
expressividade apoiada na
A plasticidade de cores e sons dos elementos nativos.
B dinâmica do ataque e da fuga na luta pela
sobrevivência.
C religiosidade na contemplação do sertanejo e de
seus costumes.
D correspondência entre práticas e tradições e a
hostilidade do campo.
E humanização da presa em contraste com o desdém
e a ferocidade do homem.
*SA0175AZ8*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 9
Alegria, alegria
Que maravilhoso país o nosso, onde se pode
contratar quarenta músicos para tocar um uníssono.
(Mile Davis, durante uma gravação)
antes havia orlando silva & auta, e até mesmo no
meio do meio-dia. antes havia os prados e os bosques
na gravura dos meus olhos. antes de ontem o céu estava
muito azul e eu & ela passamos por baixo desse céu. ao
mesmo tempo, com medo dos cachorros e sem muita
pressa de chegar do lado de lá.
do lado de cá não resta quase ninguém. apenas os
sapatos polidos reetem os automóveis que, por sua
vez, polidos, reetem os sapatos...
VELOSO, C. Seleção de textos. São Paulo: Abril Educação, 1981.
Quanto ao seu aspecto formal, a escrita do texto de
Caetano Veloso apresenta um(a)
A escolha lexical permeada por estrangeirismos e
neologismos.
B regra típica da escrita contemporânea comum em
textos da internet.
C padrão inusitado, com um registro próprio, decorrente
da criação poética.
D nova sintaxe, identicada por uma reorganização da
articulação entre as frases.
E emprego inadequado da norma-padrão, gerador de
incompreensão comunicativa.
10 anos de “hashtag”: a ferramenta que
mobiliza a internet
A hashtag”, ícone das redes sociais, celebrou em
2017 seus primeiros 10 anos de uso no acompanhamento
dos grandes eventos mundiais com um efeito de
mobilização e expressão de emoção e humor.
A palavra-chave precedida pelo símbolo do jogo
da velha foi popularizada pelo Twitter antes de ser
incorporada por outras redes sociais. A invenção foi de
Chris Messina, designer americano especialista em redes
sociais. Em 23 de agosto de 2007, o usuário intensivo
do Twitter propôs em um tuíte usar o jogo da velha
para reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto.
Ele lançou, então, a primeira hashtag” #barcamp sobre
ocinas participativas dedicadas à inovação na web.
O compartilhamento das palavras-chaves que
são citadas 125 milhões de vezes por dia no mundo
já serviu de trampolim para mobilizações em massa.
Alguns slogans que tiveram grande efeito mobilizador
foram o #BlackLivesMatter (Vidas negras importam),
após a morte de vários cidadãos americanos negros
pela polícia, e #OccupyWallStreet (Ocupem Wall Street),
referente ao movimento que acampou no coração de
Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo.
AFP. Disponível em: http://exame.abril.com.br.
Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).
Ao descrever a história e os exemplos de utilização da
hashtag, o texto evidencia que
A a incorporação desse recurso expressivo pela
sociedade impossibilita a manutenção de seu uso
original.
B a incorporação desse recurso expressivo pela
sociedade o exibilizou e o potencializou.
C a incorporação pela sociedade caracterizou esse
recurso expressivo de forma denitiva.
D esse recurso expressivo se tornou o principal meio
de mobilização social pela internet.
E esse recurso expressivo precisou de uma década
para ganhar notabilidade social.
TEXTO I
A introdução de transgênicos na natureza expõe
nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou
alteração do patrimônio genético de nossas plantas e
sementes e o aumento dramático no uso de agrotóxicos.
Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores
reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia e
põe em risco a saúde de agricultores e consumidores.
O Greenpeace defende um modelo de agricultura
baseado na biodiversidade agrícola e que não se utilize
de produtos tóxicos, por entender que só assim teremos
agricultura para sempre.
Disponível em: www.greenpeace.org. Acesso em: 20 maio 2013.
TEXTO II
Os alimentos geneticamente modicados
disponíveis no mercado internacional não representam
um risco à saúde maior do que o apresentado por
alimentos obtidos através de técnicas tradicionais de
cruzamento agrícola.
Essa é a posição de entidades como a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações
Unidas para Alimentação e para Agricultura (FAO),
o Comissariado Europeu para Pesquisa, Inovação e
Ciência e várias das principais academias de ciência
do mundo.
A OMS diz que até hoje não foi encontrado nenhum
caso de efeito sobre a saúde, resultante do consumo
de alimento geneticamente modicado (GM) entre a
população dos países em que eles foram aprovados”.
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 20 maio 2013.
Os textos tratam de uma temática bastante discutida na
atualidade. No que se refere às posições defendidas, os
dois textos
A revelam preocupações quanto ao cultivo de
alimentos geneticamente modicados.
B destacam os riscos à saúde causados por alimentos
geneticamente modicados.
C divergem sobre a segurança do consumo de
alimentos geneticamente modicados.
D alertam para a necessidade de mais estudos sobre
sementes modicadas geneticamente.
E discordam quanto à validade de pesquisas sobre a
produção de alimentos geneticamente modicados.
*SA0175AZ9*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 10
Slow Food
A favor da alimentação com prazer e da
responsabilidade socioambiental, o slow food é um
movimento que vai contra o ritmo acelerado de vida da
maioria das pessoas hoje: o ritmo fast-food, que valoriza
a rapidez e não a qualidade. Traduzido na alimentação,
o fast-food está nos produtos articiais, que, apesar de
práticos, são péssimos à saúde: muito processados e
muito distantes da sua natureza como os lanches
cheios de gorduras, os salgadinhos e biscoitos
convencionais etc. etc.
Agora, vamos deixar de lado o fast e entender
melhor o slow food. Segundo esse movimento, o
alimento deve ser:
bom: tão gostoso que merece ser saboreado
com calma, fazendo de cada refeição uma pausa
especial do dia;
limpo: bom à saúde do consumidor e dos
produtores, sem prejudicar o meio ambiente nem
os animais;
justo: produzido com transparência e honestidade
social e, de preferência, de produtores locais.
Deu pra ver que o slow food traz muita coisa
interessante para o nosso dia a dia. Ele resgata
valores tão importantes, mas que muitas vezes passam
despercebidos. Não é à toa que ele já está contagiando
o mundo todo, inclusive o nosso país.
Disponível em: www.maeterra.com.br. Acesso em: 5 ago. 2017.
Algumas palavras funcionam como marcadores
textuais, atuando na organização dos textos e fazendo-
os progredir. No segundo parágrafo desse texto, o
marcador “agora”
A dene o momento em que se realiza o fato descrito
na frase.
B sinaliza a mudança de foco no tema que se vinha
discutindo.
C promove uma comparação que se entre dois
elementos do texto.
D indica uma oposição que se verica entre o trecho
anterior e o seguinte.
E delimita o resultado de uma ação que foi apresentada
no trecho anterior.
A nossa emotividade literária só se interessa pelos
populares do sertão, unicamente porque são pitorescos
e talvez não se possa vericar a verdade de suas
criações. No mais é uma continuação do exame de
português, uma retórica mais difícil, a se desenvolver
por este tema sempre o mesmo: Dona Dulce, moça
de Botafogo em Petrópolis, que se casa com o
Dr. Frederico. O comendador seu pai não quer
porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, não tem
emprego. Dulce vai à superiora do colégio de irmãs.
Esta escreve à mulher do ministro, antiga aluna
do colégio, que arranja um emprego para o rapaz.
Está acabada a história. É preciso não esquecer que
Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro,
fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada
grande.
Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e
o tema de seu ciclo literário.
BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de Sá. Disponível em:
www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017.
Situado num momento de transição, Lima Barreto
produziu uma literatura renovadora em diversos
aspectos. No fragmento, esse viés se fundamenta na
A releitura da importância do regionalismo.
B ironia ao folhetim da tradição romântica.
C desconstrução da formalidade parnasiana.
D quebra da padronização do gênero narrativo.
E rejeição à classicação dos estilos de época.
Destak, nov. 2015 (adaptado).
A imagem da caneta de tinta vermelha, associada às
frases do cartaz, é utilizada na campanha para mostrar
ao possível doador que
A a doação de sangue faz bem à saúde.
B a linha da vida é na como o traço de caneta.
C a atitude de doar sangue é muito importante.
D a caneta vermelha representa a atitude do doador.
E a reserva do banco de sangue está chegando ao m.
*SA0175AZ10*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 11
A partir de 2018, a Resolução n. 518 do Contran
obriga todo novo projeto de automóvel, SUV e picape
dupla a ter pontos de ancoragem para cadeirinhas
infantis. Em 2020, a regra passa a valer para todos os
modelos à venda no Brasil.
Esse tipo de xação possui travas na cadeirinha no
formato de garras que são encaixadas em um ponto xo
na estrutura do veículo. O Isox reduz o deslocamento
do pescoço, ombros e coluna cervical.
Desde 2008, a Lei da Cadeirinha estabelece que
bebês e crianças podem ser transportados em
assentos infantis indicados segundo a faixa etária e o
peso. Como reexo, as mortes de menores de 10 anos
caíram 23% no Brasil.
A cadeirinha do tipo Isox não é presa no cinto, mas
em dois pontos de apoio soldados à estrutura do carro.
ainda um terceiro ponto, que pode ser de xação
superior (top tether), atrás do encosto. Cada garra de
engate se encaixa num ponto de xação. Depois, é
apertar o botão para soltá-lo.
CARVALHO, C. Disponível em: http://quatrorodas.abril.com.br.
Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado).
Segundo o texto, a cadeira infantil do tipo Isox tem por
característica
A apresentar um esquema de xação superior ao top
tether presente em projetos de carros no Brasil.
B car presa no cinto e em mais dois pontos da
estrutura de automóveis fabricados no Brasil.
C ser mais segura e mais simples de usar que outros
modelos disponíveis no Brasil.
D estar presente em todos os modelos de carros à
venda no Brasil.
E ser capaz de reduzir os acidentes em 23% no Brasil.
A expansão do português no Brasil, as variações
regionais com suas possíveis explicações e as
raízes das inovações da linguagem estão emergindo
por meio do trabalho de linguistas que estão
desenterrando as raízes do português brasileiro
ao examinar cartas pessoais e administrativas,
testamentos, relatos de viagens, processos
judiciais, cartas de leitores e anúncios de jornais
desde o século XVI, coletados em instituições
como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Público do
Estado de São Paulo. No acervo de documentos
que servem para estudos sobre o português paulista
está uma carta de 1807, escrita pelo soldado Manoel
Coelho, que teria seduzido a filha de um fazendeiro.
Quando soube, o pai da moça, enfurecido, forçou o
rapaz a se casar com ela. O soldado, porém, bateu
o pé: “Nem por bem, nem por mar!”, não se casaria.
Um linguista pesquisador estranhou a citação,
que o fato se passava na Vila de São Paulo, mas
depois percebeu: “Ele quis dizer ‘nem por bem, nem
por mal!’. O soldado escrevia como falava. Não se
sabe se casou com a filha do fazendeiro, mas deixou
uma prova valiosa de como se falava no início do
século XIX.”
FIORAVANTI, C. Ora pois, uma língua bem brasileira.
Pesquisa Fapesp, n. 230, abr. 2015 (adaptado).
O fato relatado evidencia que fenômenos presentes na
fala podem aparecer em textos escritos. Além disso,
sugere que
A os diferentes falares do português provêm de textos
escritos.
B o tipo de escrita usado pelo soldado era
desprestigiado no século XIX.
C os fenômenos de mudança da língua portuguesa
são historicamente previsíveis.
D as formas variantes do português brasileiro atual
guravam no português antigo escrito.
E as origens da norma-padrão do português brasileiro
podem ser observadas em textos antigos.
*SA0175AZ11*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 12
Qual a diferença entre publicidade e propaganda?
Esses dois termos não são sinônimos, embora
sejam usados indistintamente no Brasil. Propaganda é
a atividade associada à divulgação de ideias (políticas,
religiosas, partidárias etc.) para inuenciar um
comportamento. Alguns exemplos podem ilustrar, como
o famoso Tio Sam, criado para incentivar jovens a se
alistar no exército dos EUA; ou imagens criadas para
“demonizar” os judeus, espalhadas na Alemanha pelo
regime nazista; ou um pôster promovendo o poderio
militar da China comunista. No Brasil, um exemplo
regular de propaganda são as campanhas políticas em
período pré-eleitoral.
Já a publicidade, em sua essência, quer dizer tornar
algo público. Com a Revolução Industrial, a publicidade
ganhou um sentido mais comercial e passou a ser uma
ferramenta de comunicação para convencer o público a
consumir um produto, serviço ou marca. Anúncios para
venda de carros, bebidas ou roupas são exemplos de
publicidade.
VASCONCELOS, Y. Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br.
Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado).
A função sociocomunicativa desse texto é
A ilustrar como uma famosa gura dos EUA foi criada
para incentivar jovens a se alistar no exército.
B explicar como é feita a publicidade na forma de
anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas.
C convencer o público sobre a importância do consumo.
D esclarecer dois conceitos usados no senso comum.
E divulgar atividades associadas à disseminação
de ideias.
A máquina extraviada
Você sempre pergunta pelas novidades daqui deste
sertão, e nalmente posso lhe contar uma importante.
Fique o compadre sabendo que agora temos aqui uma
máquina imponente, que está entusiasmando todo
o mundo. Desde que ela chegou não me lembro
quando, não sou muito bom em lembrar datas — quase
não temos falado em outra coisa; e da maneira que o
povo aqui se apaixona até pelos assuntos mais infantis,
é de admirar que ninguém tenha brigado ainda por
causa dela, a não ser os políticos. [...]
existe aqui um movimento para declarar a máquina
monumento municipal. [...] Dizem que a máquina já tem
feito até milagre, mas isso aqui para nós eu acho
que é exagero de gente supersticiosa, e prero não car
falando no assunto. Eu — e creio que também a grande
maioria dos munícipes não espero dela nada em
particular; para mim basta que ela que onde está, nos
alegrando, nos inspirando, nos consolando.
VEIGA, J. J. A máquina extraviada: contos.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.
Qual procedimento composicional caracteriza a
construção do texto?
A As intervenções explicativas do narrador.
B A descrição de uma situação hipotética.
C As referências à crendice popular.
D A objetividade irônica do relato.
E As marcas de interlocução.
Biograa de Pasárgada
Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe
de grego do D. Pedro II a Ciropédia quei encantado
com o nome dessa cidadezinha fundada por Ciro,
o Antigo, nas montanhas do sul da Pérsia, para
passar os verões. A minha imaginação de adolescente
começou a trabalhar, e vi Pasárgada e vivi durante
alguns anos em Pasárgada.
Mais de vinte anos depois, num momento de
profundo desânimo, saltou-me do subconsciente este
grito de evasão: “Vou-me embora pra Pasárgada!”
Imediatamente senti que era a célula de um poema.
Peguei do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não
pensei mais nisso. Uns cinco anos mais tarde, o mesmo
grito de evasão nas mesmas circunstâncias. Desta vez,
o poema saiu quase ao correr da pena. Se belezas
em “Vou-me embora pra Pasárgada!”, elas não passam
de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se
em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as
reminiscências da infância as histórias que Rosa,
minha ama-seca mulata, me contava, o sonho jamais
realizado de uma bicicleta etc.
BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012.
O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito
da criação de um de seus poemas mais conhecidos.
De acordo com esse depoimento, o fazer poético em
“Vou-me embora pra Pasárgada!”
A acontece de maneira progressiva, natural e pouco
intencional.
B decorre de uma inspiração fulminante, num momento
de extrema emoção.
C ratica as informações do senso comum de que
Pasárgada é a representação de um lugar utópico.
D resulta das mais fortes lembranças da juventude do
poeta e de seu envolvimento com a literatura grega.
E remete a um tempo da vida de Manuel Bandeira
marcado por desigualdades sociais e econômicas.
*SA0175AZ12*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 13
Um ponto interessante do marco civil da internet,
segundo Marília Maciel, pesquisadora do Centro de
Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas
(CTS/FGV), é o que trata da garantia do princípio
da neutralidade de rede. “Isso quer dizer que, se eu
compro um pacote de um mega ou de cinco megas de
internet, o uso que eu vou fazer desses meus megas
de velocidade depende das minhas escolhas. Não é
o operador que vai dizer o que eu posso acessar. Eu
comprei tantos megas e posso acessar texto, vídeo
ou fazer um curso de ensino a distância on-line”.
O novo texto assegura que o usuário vai poder continuar
a contratar pacotes de velocidades diferentes, mas,
dentro daquela velocidade escolhida, ele poderá
acessar qualquer tipo de aplicativo na internet.
GANDRA, A. Disponível em: www.ebc.com.br.
Acesso em: 20 nov. 2013 (adaptado).
Com o aprimoramento dos recursos tecnológicos, a
circulação de informações e seus usos têm recongurado
os mais diversos setores da sociedade. O texto trata da
legislação que regulamenta o uso da internet, criando a
seguinte expectativa para o usuário brasileiro:
A Proibição do corte do acesso pelo uso excessivo.
B Aumento da capacidade da rede.
C Mudança no perl do internauta.
D Promoção do acesso irrestrito.
E Garantia de conexão a baixo custo.
Para que a passagem da produção ininterrupta de
novidade a seu consumo seja feita continuamente,
necessidade de mecanismos, de engrenagens.
Uma espécie de grande máquina industrial, incitante,
tentacular, entra em ação. Mas bem depressa a simples
lei da oferta e da procura segundo as necessidades
não vale mais: é preciso excitar a demanda, excitar o
acontecimento, provocá-lo, espicaçá-lo, fabricá-lo, pois
a modernidade se alimenta disso.
CAUQUELIN, A. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo:
Martins Fontes, 2005 (adaptado).
No contexto da arte contemporânea, o texto da autora
Anne Cauquelin reete ações que explicitam
A métodos utilizados pelo mercado de arte.
B investimentos realizados por mecenas.
C interesses do consumidor de arte.
D práticas cotidianas do artista.
E fomentos públicos à cultura.
O craque crespo
Desde que Neymar despontou no futebol, uma de
suas marcas registradas é o cabelo. Sempre com um
visual novo a cada campeonato. Mas nesses anos de
carreira ainda faltava o ídolo fazer uma aparição nos
gramados com seu cabelo crespo natural, que ele
assumiu recentemente para a alegria e a autoestima dos
meninos cacheados que sonham ser craques um dia.
É difícil assumir os cachos e abandonar a ditadura do
alisamento em um mundo onde o cabelo liso é tido como
o padrão de beleza ideal. Quando conseguimos fazer
a transição capilar, esse gesto nos aproxima da nossa
real identidade e nos empodera. Falo por experiência
própria. Passei 30 anos usando cabelos lisos e nem me
lembrava de como eram meus os naturais. Recuperar
a textura crespa, para além do cuidado estético, foi um
ato político, de aceitação, de autorreconhecimento e de
redescoberta da minha negritude.
O discurso dos os naturais tem ganhado uma
representação cada vez mais positiva, valorizando a
volta dos cachos sem cair no estereótipo do “exótico”,
muito comum no Brasil. O cabelo crespo, denitivamente,
não é uma moda passageira. Torço que para Neymar
também não seja.
Alexandra Loras é ex-consulesa da França em
São Paulo, empresária, consultora de empresas e
autora de livros.
LORAS, A. O craque crespo. Disponível em: http://diplomatique.org.br.
Acesso em: 1 set. 2017.
Considerando os procedimentos argumentativos
presentes nesse texto, infere-se que o objetivo da autora é
A valorizar a atitude do jogador ao aderir à moda dos
cabelos crespos.
B problematizar percepções identitárias sobre padrões
de beleza.
C apresentar as novas tendências da moda para os
cabelos.
D relatar sua experiência de redescoberta de suas
origens.
E evidenciar a inuência dos ídolos sobre as crianças.
*SA0175AZ13*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 14
Canção
No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas…
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.
Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de innitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto.
Quando as ondas te carregaram
meus olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.
Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.
E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem m.
MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Na composição do poema, o tom elegíaco e solene
manifesta uma concepção de lirismo fundada na
A contradição entre a vontade da espera pelo ser
amado e o desejo de fuga.
B expressão do desencanto diante da impossibilidade
da realização amorosa.
C associação de imagens díspares indicativas de
esperança no amor futuro.
D recusa à aceitação da impermanência do sentimento
pela pessoa amada.
E consciência da inutilidade do amor em relação à
inevitabilidade da morte.
Qual a diferença entre freios ventilados,
perfurados e sólidos?
Da esquerda para a direita: perfurado, ventilado e sólido.
(No detalhe, a câmara interna do disco ventilado).
Frenagens geram calor. O sistema de freios
transforma a energia cinética do movimento em energia
térmica por meio do atrito entre as pastilhas de freio
e os discos. Em duas linhas, esse é o princípio de
funcionamento do freio.
Mas um efeito colateral. Esse calor gerado
provoca fadiga dos discos e pastilhas e compromete a
eciência do conjunto de freios.
O disco de freio sólido é uma peça só, feita de ferro
maciço. A vantagem está em custar mais barato que os
outros. Contudo, tem baixo rendimento em situações
extremas de frenagem (em descidas de serras, por
exemplo) por não ter estruturas que favoreçam seu
resfriamento. Por isso, discos sólidos são usados em
aplicações mais leves, comuns no eixo dianteiro dos
compactos 1.0 e no eixo traseiro de carros maiores,
como sedãs e SUVs médios.
O modelo ventilado, por sua vez, é formado por
dois discos mais nos unidos por uma câmara interna
que tem a função de proporcionar uma passagem do
ar entre eles, resfriando com mais rapidez o conjunto.
Eles estão nos eixos dianteiros dos compactos mais
potentes. Mas também aparecem nos eixos traseiros de
carros esportivos. Mas esportivos com motores de alto
desempenho e carros de luxo têm discos perfurados.
pequenos furos no disco com o objetivo de aumentar
o atrito e dispersar o calor.
RODRIGUEZ, H. Disponível em: http://quatrorodas.abril.com.br.
Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado).
O texto mostra diferentes tipos de discos de freio e
defende a ecácia de um modelo sobre o outro. Para
convencer o leitor disso, o autor utiliza o recurso de
A denir em duas linhas o princípio de funcionamento
do freio de esportivos de alto desempenho com
discos perfurados.
B divulgar os modelos de carros que adotam os
melhores sistemas de frenagem e resfriamento dos
componentes.
C apresentar cada tipo de disco, criticando a forma
como eles geram calor nas frenagens.
D evidenciar os riscos do baixo desempenho dos
diferentes modelos de discos de freio.
E comparar o custo, a eciência e a forma como os
discos dissipam o calor da frenagem.
*SA0175AZ14*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 15
A
Esbraseia o Ocidente na agonia
O sol... Aves em bandos destacados,
Por céus de ouro e púrpura raiados,
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...
Delineiam-se além da serrania
Os vértices de chamas aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia.
Um mundo de vapores no ar utua...
Como uma informe nódoa avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua.
A natureza apática esmaece...
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula... Anoitece.
CORRÊA, R. Disponível em: www.brasiliana.usp.br.
Acesso em: 13 ago. 2017.
Composição de formato xo, o soneto tornou-se um
modelo particularmente ajustado à poesia parnasiana.
No poema de Raimundo Corrêa, remete(m) a
essa estética
A as metáforas inspiradas na visão da natureza.
B a ausência de emotividade pelo eu lírico.
C a retórica ornamental desvinculada da realidade.
D o uso da descrição como meio de expressividade.
E o vínculo a temas comuns à Antiguidade Clássica.
O debate sobre o conceito de saúde refere-se à
importância de minimizar a simplicação que abrange o
entendimento do senso comum sobre esse fenômeno.
É possível entendê-lo de modo reducionista, tão somente,
à luz dos pressupostos biológicos e das associações
estatísticas presentes nos estudos epidemiológicos.
Os problemas que daí decorrem são: a) o foco
centra-se na doença; b) a culpabilização do indivíduo
frente à sua própria doença; c) a crença na possibilidade
de resolução do problema encerrando-se uma suposta
causa, a qual recai no processo de medicalização;
d) a naturalização da doença; e) o ceticismo em relação
à contribuição de diferentes saberes para auxiliar na
compreensão dos fenômenos relacionados à saúde.
BAGRICHEVSKY, M. et al. Considerações teóricas acerca das
questões relacionadas à promoção da saúde. In: BAGRICHEVSKY,
M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A. (Org.). A saúde em debate na
educação física. Blumenau: Edibes, 2003.
O texto apresenta uma reexão crítica sobre o conceito
de saúde, que deve ser entendida mediante
A dados estatísticos presentes em estudos
epidemiológicos.
B pressupostos relacionados à ausência de doenças
nos indivíduos.
C responsabilização dos indivíduos pela adoção de
hábitos saudáveis.
D intervenção da medicina nos diferentes processos
que acometem a saúde.
E compreensão dos fenômenos sociais, políticos e
econômicos relacionados à saúde.
Menino de cidade Papai, você deixa eu ter um
cachorro no meu sítio? Deixo. E um porquinho-
da-índia? E ariranha? E macaco e quatro cabritos?
E duzentos e vinte pombas? E um boi? E vaca?
E rinoceronte? Rinoceronte não pode. bem, mas
cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno no
estado do Rio sem maiores perspectivas imediatas. Mas
o garoto precisa acreditar no sítio como outras pessoas
precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o
da festa folclórica, a bicharada toda e ele, que nasceu
no Rio e vive nesta cidade sem animais.
CAMPOS, P. M. Balé do pato e outras crônicas.
São Paulo: Ática, 1988.
Nessa crônica, a repetição de estruturas sintáticas,
além de fazer o texto progredir, ainda contribui para a
construção de seu sentido,
A demarcando o diálogo desenvolvido entre o pai e o
menino criado na cidade.
B opondo a cidade sem animais a um sítio habitado
por várias espécies diferentes.
C revelando a ansiedade do menino em relação aos
bichos que poderia ter em seu sítio.
D pondo em foco os animais como temática central da
história narrada nessa prosa ccional.
E indicando a falta de ânimo do pai, sem maiores
perspectivas futuras em relação ao terreno.
*SA0175AZ15*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 16
Disponível em: portal.pmf.sc.gov.br. Acesso em: 27 jun. 2015.
As informações presentes na campanha contra o
bullying evidenciam a intenção de
A destacar as diferentes ofensas que ocorrem no
ambiente escolar.
B elencar os malefícios causados pelo bullying na vida
de uma criança.
C provocar uma reexão sobre a violência física que
acontece nas escolas.
D denunciar a pouca atenção dada a crianças que
sofrem bullying nas escolas.
E alertar sobre a relação existente entre o bullying e
determinadas brincadeiras.
casais que jogam com os sonhos como se
jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para
a cortada. O jogo de tênis é assim: recebe-se o sonho
do outro para destruí-lo, arrebentá-lo como bolha de
sabão. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o
distanciamento. Aqui, quem ganha, sempre perde.
no frescobol é diferente. O sonho do outro é um
brinquedo que deve ser preservado, pois sabe-se que,
se é sonho, é coisa delicada, do coração. Assim cresce
o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem.
E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente,
para que o jogo nunca tenha m…
ALVES, R. Tênis X Frescobol. As melhores crônicas de Rubem Alves.
Campinas: Papirus, 2012.
O texto de Rubem Alves faz uma analogia entre dois
jogos que utilizam raquetes e as diferentes formas de
as pessoas se relacionarem afetivamente, de modo que
A o tênis indica um jogo em que a cooperação
predomina, o que representa o distanciamento na
relação entre as pessoas.
B o tênis indica um jogo em que a competição é
predominante, o que representa um sonho comum
no relacionamento entre pessoas.
C o frescobol indica um jogo em que a cooperação
prevalece, o que simboliza o compartilhamento de
sonhos entre as pessoas no relacionamento.
D o frescobol indica um jogo em que a competição
prevalece, o que simboliza um relacionamento em
que uma pessoa busca destruir o sonho da outra.
E o frescobol e o tênis indicam, respectivamente,
situações de competição e cooperação, o que ilustra
os diferentes sonhos das pessoas no relacionamento.
As cores
Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos
longos liam uma história de amor. Em seu pequeno
mundo de volumes, de cheiros, de sons, todas aquelas
palavras eram a perpétua renovação dos mistérios em
cujo seio sua imaginação se perdia. [...] Como seria cor
e o que seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de
todas as coisas para aqueles cujos olhos viam, aqueles
olhos que tantas vezes palpara com inveja calada e
que se fechavam, quando os tocava, sensíveis como
pássaros assustados, palpitantes de vida, sob seus
dedos trêmulos, que diziam ser claros. Que seria o
claro, anal? Algo que aprendera, de há muito, ser igual
ao branco. [...]
E agora Maria Alice voltava outra vez ao Instituto.
E ao grande amigo que lá conhecera. [...]. Lembrava-se
da ternura daquela voz, da beleza daquela voz. De como
se adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos
se encontravam. De como as palavras de amor tinham
irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia
seus pais haviam surgido inesperadamente no Instituto e
a haviam levado à sala do diretor e se haviam queixado
da falta de vigilância e moralidade no estabelecimento.
E de como, no momento em que a retiravam e quando
ela disse que pretendia se despedir de um amigo pelo
qual tinha grande afeição e com quem se queria casar, o
pai exclamara, horrorizado:
Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um
mulato? Nunca!
Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava
longe o Instituto, ao qual não saberia voltar, do qual
nunca mais tivera notícia, e do qual somente restara o
privilégio de caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão
parecido com a vida dos outros, tão cheio de cores...
LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
No texto, a condição da personagem e os
desdobramentos da narrativa conduzem o leitor a
compreender o(a)
A percepção das cores como metáfora da discriminação
racial.
B privação da visão como elemento denidor das
relações humanas.
C contraste entre as representações do amor de
diferentes gerações.
D prevalência das diferenças sociais sobre a liberdade
das relações afetivas.
E embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção
de tradições familiares.
*SA0175AZ16*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 17
Prezada senhorita,
Tenho a honra de comunicar a V. S. que resolvi,
de acordo com o que foi conversado com seu ilustre
progenitor, o tabelião juramentado Francisco Guedes,
estabelecido à Rua da Praia, número 632, dar por
encerrados nossos entendimentos de noivado.
Como passei a ser o contabilista-chefe dos Armazéns
Penalva, conceituada rma desta praça, não me restará,
em face dos novos e pesados encargos, tempo útil para
os deveres conjugais.
Outrossim, participo que vou continuar trabalhando
no varejo da mancebia, como vinha fazendo desde que
me formei em contabilidade em 17 de maio de 1932,
em solenidade presidida pelo Exmo. Sr. Presidente do
Estado e outras autoridades civis e militares, bem assim
como representantes da Associação dos Varejistas e da
Sociedade Cultural e Recreativa José de Alencar.
Sem mais, creia-me de V. S. patrício e admirador,
Sabugosa de Castro
CARVALHO, J. C. Amor de contabilista. In: Porque Lulu Bergatim
não atravessou o Rubicon. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
A exploração da variação linguística é um elemento que
pode provocar situações cômicas. Nesse texto, o tom de
humor decorre da incompatibilidade entre
A o objetivo de informar e a escolha do gênero textual.
B a linguagem empregada e os papéis sociais dos
interlocutores.
C o emprego de expressões antigas e a temática
desenvolvida no texto.
D as formas de tratamento utilizadas e as exigências
estruturais da carta.
E o rigor quanto aos aspectos formais do texto e a
prossão do remetente.
A identicação simbólica que existe na cultura
esportiva pode ser um fator determinante nas ações
potencialmente agressivas dos espectadores e
torcedores de futebol. Essa identicação em indivíduos
que não têm uma identidade própria pode levá-los a não
perceber os limites entre a sua vida e a sua equipe, ou
entre a sua vida e a vida de um ídolo (jogador), e, dessa
forma, passar a viver suas emoções basicamente por
meio de acontecimentos esportivos, do sucesso e da
derrota de seu clube predileto. Alguns dos torcedores
organizados dedicam a vida à sua torcida. Vivem para
ela e, por ela, chegam a perder qualquer outra referência,
pois é essa experiência compensatória que lhes
identidade. A probabilidade de um indivíduo se tornar um
torcedor fanático está diretamente relacionada com a
construção da sua identidade. Por isso, é imprescindível
o desenvolvimento de relações e valores próprios que o
ajudarão a delinear o limite entre ele e a sua equipe, ou
entre ele e um jogador de futebol.
REIS, H. H. B. Futebol e violência. Campinas: Armazém do Ipê;
Autores Associados, 2006 (adaptado).
Partindo da discussão sobre as relações entre o torcedor
e seu clube, observa-se que o fanatismo futebolístico
A deriva da falta de referências para a construção de
valores morais em crise na sociedade.
B está relacionado à fragilidade identitária, o que
diculta a dissociação entre sua vida e a de seu
clube ou ídolo.
C perde sustentação naqueles torcedores organizados
que não conseguem separar as esferas pública e
privada.
D decorre do estabelecimento de uma identidade
própria do indivíduo, forjada pela tutela do clube e
de seus ídolos.
E é restrito às torcidas jovens, que corrompem a
identidade individual de seus torcedores em favor
da identidade coletiva.
Como a percepção do tempo muda de acordo
com a língua
Línguas diferentes descrevem o tempo de maneiras
distintas e as palavras usadas para falar sobre ele
moldam nossa percepção de sua passagem.
O estudo “Distorção temporal whorana:
representando duração por meio da ampulheta da língua”,
publicado no jornal da APA (Associação Americana de
Psicologia), mostra que conceitos abstratos, como a
percepção da duração do tempo, não são universais.
Os autores não vericaram uma mudança da
percepção temporal conforme a língua falada como
observaram que a transição de uma língua para outra por
um mesmo indivíduo modicava sua estimativa de uma
duração de tempo. Isso implica que visões diferentes de
tempo convivem no cérebro de um indivíduo bilíngue.
“O fato de que pessoas bilíngues transitam entre
essas diferentes formas de estimar o tempo sem
esforço e inconscientemente se encaixa nas evidências
crescentes que demonstram a facilidade com que a
linguagem se entremeia furtivamente em nossos sentidos
mais básicos, incluindo nossas emoções, percepção
visual e, agora, ao que parece, nossa sensação de
tempo”, disse o pesquisador ao site Quartz.
LIMA, J. D. Disponível em: www.nexojornal.com.br.
Acesso em: 24 ago. 2017.
O texto relata experiências e resultados de um estudo
que reconhece a importância
A da compreensão do tempo pelo cérebro.
B das pesquisas cientícas sobre a cognição.
C da teoria whorana para a área da linguagem.
D das linguagens e seus usos na vida das pessoas.
E do bilinguismo para o desenvolvimento intelectual.
*SA0175AZ17*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 18
TEXTO I TEXTO II
Fotograa em preto e branco de músico da cultura lupa (norte de
Angola) tocando uma kalimba ou lamelofone.
Manifestação carnavalesca registrada por Debret (1826): escravos
vestidos como europeus, em cortejo musical, à época do Império.
INTERNATIONAL Library of African Music, Angola.
Disponível em: http://keywordsuggest.org. Acesso em: 18 ago. 2017.
DEBRET, J.-B. Disponível em: http://koyre.ehess.fr.
Acesso em: 18 ago. 2017.
O instrumento feito de lâminas metálicas e cabaça é comum a manifestações musicais na África e no Brasil.
Nos textos, apesar de gurarem em contextos geográcos separados pelo Oceano Atlântico e terem cerca de um
século de distanciamento temporal, a semelhança do instrumento demonstra a
A vinculação desses instrumentos com a cultura dos negros escravizados.
B inuência da cultura africana na construção da musicalidade brasileira.
C condição de colônia europeia comum ao Brasil e grande parte da África.
D escassez de variedade de instrumentos musicais relacionados à cultura africana.
E importância de registros artísticos na difusão e manutenção de uma tradição musical.
Não digo que seja uma mulher perdida, mas recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha por
toda a cidade e não tem podido, por conseguinte, escapar à implacável maledicência dos uminenses. Demais,
está habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o mais caro; em casa arranjam-se ela e a tia sabe Deus como. Não
é mulher com quem a gente se case. Depois, lembra-te que apenas começas e não tens ainda onde cair morto.
Enm, és um homem: faze o que bem te parecer.
Essas palavras, proferidas com uma franqueza por tantos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel.
Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas consequências
morais do casamento, mas pela obrigação, que este lhe impunha, de satisfazer uma dívida de vinte contos de réis,
quando, apesar de todos os seus esforços, não conseguira até então pôr de parte nem o terço daquela quantia.
AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2017.
O texto, publicado no m do século XIX, traz à tona representações sociais da sociedade brasileira da época. Em
consonância com a estética realista, traços da visão crítica do narrador manifestam-se na
A caracterização pejorativa do comportamento da mulher solteira.
B concepção irônica acerca dos valores morais inerentes à vida conjugal.
C contraposição entre a idealização do amor e as imposições do trabalho.
D expressão caricatural do casamento pelo viés do sentimentalismo burguês.
E sobreposição da preocupação nanceira em relação ao sentimento amoroso.
*SA0175AZ18*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 19
As alegres meninas que passam na rua, com suas
pastas escolares, às vezes com seus namorados.
As alegres meninas que estão sempre rindo,
comentando o besouro que entrou na classe e pousou
no vestido da professora; essas meninas; essas coisas
sem importância.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de
cada uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem
desanado, riem sem motivo; riem.
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca
mais voltassem a rir e falar coisas sem importância.
Faltava uma delas. O jornal dera notícia do crime.
O corpo da menina encontrado naquelas condições, em
lugar ermo. A selvageria de um tempo que não deixa
mais rir.
As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se
adultas de uma hora para outra; essas mulheres.
ANDRADE, C. D. Essas meninas. Contos plausíveis.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.
No texto, recorrência do emprego do artigo “as” e
do pronome “essas”. No último parágrafo, esse recurso
linguístico contribui para
A intensicar a ideia do súbito amadurecimento.
B indicar a falta de identidade típica da adolescência.
C organizar a sequência temporal dos fatos narrados.
D complementar a descrição do acontecimento trágico.
E expressar a banalidade dos assuntos tratados
na escola.
Você vende uma casa, depois de ter morado nela
durante anos; você a conhece necessariamente melhor
do que qualquer comprador possível. Mas a justiça
é, então, informar o eventual comprador acerca de
qualquer defeito, aparente ou não, que possa existir
nela, e mesmo, embora a lei não obrigue a tanto,
acerca de algum problema com a vizinhança. E, sem
dúvida, nem todos nós fazemos isso, nem sempre, nem
completamente.
Mas quem não que seria justo fazê-lo e que
somos injustos não o fazendo? A lei pode ordenar essa
informação ou ignorar o problema, conforme os casos;
mas a justiça sempre manda fazê-lo.
Dir-se-á que seria difícil, com tais exigências, ou
pouco vantajoso, vender casas... Pode ser. Mas onde
se viu a justiça ser fácil ou vantajosa? Só o é para quem
a recebe ou dela se benecia, e melhor para ele; mas só
é uma virtude em quem a pratica ou a faz.
Devemos então renunciar nosso próprio interesse?
Claro que não. Mas devemos submetê-lo à justiça, e
não o contrário. Senão? Senão, contente-se com ser
rico e não tente ainda por cima ser justo.
COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno tratado das grandes virtudes.
São Paulo: Martins Fontes, 1995.
No processo de convencimento do leitor, o autor desse
texto defende a ideia de que
A o interesse do outro deve se sobrepor ao interesse
pessoal.
B a atividade comercial lucrativa é incompatível com
a justiça.
C a criação de leis se pauta por princípios de justiça.
D o impulso para a justiça é inerente ao homem.
E a prática da justiça pressupõe o bem comum.
As montanhas correm agora, lá fora, umas atrás das
outras, hostis e espectrais, desertas de vontades novas
que as humanizem, esquecidas dos antigos homens
lendários que as povoaram e dominaram.
Carregam nos seus dorsos poderosos as pequenas
cidades decadentes, como uma doença aviltante e
tenaz, que se aninhou para sempre em suas dobras.
Não podendo matá-las de todo ou arrancá-las de si
e vencer, elas resignam-se e as ocultam com sua
vegetação escura e densa, que lhes serve de coberta, e
resguardam o seu sonho imperial de ferro e ouro.
PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Artium, 2001.
As soluções de linguagem encontradas pelo narrador
projetam uma perspectiva lírica da paisagem
contemplada. Essa projeção alinha-se ao poético na
medida em que
A explora a identidade entre o homem e a natureza.
B reveste o inanimado de vitalidade e ressentimento.
C congela no tempo a prosperidade de antigas cidades.
D destaca a estética das formas e das cores da
paisagem.
E captura o sentido da ruína causada pela extração
mineral.
Eu gostaria de comentar brevemente as anidades
existentes entre comunidade, comunicação e comunhão.
Essas anidades começam no próprio radical das
palavras em questão. Assim, se nosso alvo são os
atos de interação comunicativa, temos que incluir em
nosso objeto de estudo a ecologia dos atos de interação
comunicativa, que se dão no contexto da ecologia
da interação comunicativa. No entanto, não basta a
proximidade espacial para que a comunicação se dê,
é necessário que os potenciais interlocutores entrem
em comunhão. Por m, sem trocadilhos, a comunicação
ideal se no interior de uma comunidade, entre
indivíduos que entram em comunhão.
COUTO, H. H. O Tao da linguagem. Campinas: Pontes, 2012.
O trecho integra um livro sobre os aspectos ecológicos
envolvidos na interação comunicativa. Para convencer o
leitor das anidades entre comunidade, comunicação e
comunhão, o autor
A nega a força das comunidades interioranas.
B joga com a ambiguidade das palavras.
C parte de uma informação gramatical.
D recorre a argumentos emotivos.
E apela para a religiosidade.
*SA0175AZ19*
LC - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 20
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto denitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para a contagem de linhas.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuciente”.
4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identicação no espaço destinado ao texto.
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Os impactos negativos do exagero da tecnologia não cam restritos aos aspectos comportamentais e emocionais.
também a ameaça do sedentarismo. Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) avaliou os
hábitos de 21 voluntários com idade entre 8 e 12 anos e constatou que 14 deles não praticavam nenhuma atividade
física. Na sala de aula a história também desanda. “A luz emitida pelo visor reduz a produção de melatonina,
hormônio indutor do sono”, observa uma das pesquisadoras responsáveis. Sem a substância, ca difícil adormecer
e há maior risco de despertar na madrugada. “O sono de má qualidade interfere na concretização das memórias e
do aprendizado do dia”, aponta uma neuropediatra.
Disponível em: https://saude.abril.com.br. Acesso em: 3 de jun. 2019 (adaptado).
TEXTO II
Riscos e benefícios das novas tecnologias
para crianças
Segundo a Academia Americana de
Pediatria (AAP), claras evidências de que
as mídias digitais contribuem substancialmente
para diferentes problemas de saúde, como a
obesidade e comportamentos agressivos e/ou
alienados. Por outro lado, a AAP reconhece os
benefícios da tecnologia na aprendizagem e nos
relacionamentos sociais, a partir da interatividade
possibilitada pelos diferentes dispositivos de
mídia digital.
As novas tecnologias de comunicação
alteraram a forma de acesso e armazenamento
da memória, pois, através de imagens, sons
e movimentos apresentados nos dispositivos
eletrônicos de comunicação é possível xar
conteúdos, armazenar sentimentos, aprendizagens
e lembranças que não necessariamente foram
vivenciadas presencialmente pelos espectadores.
As mídias digitais propiciam experiências culturais
através de interações diversicadas, permitindo
às crianças apropriarem-se do conteúdo e da
comunicação baseados em suas necessidades,
motivações e interesse.
COMO AS CRIANÇAS SE COMPORTAM NA INTERNET
* O Facebook permite a inscrição apenas para maiores de 13 anos
mentem a idade no Facebook*
32%
encontraram-se com alguém
que conheceram na internet
13%
adicionam desconhecidos
nas redes sociais
13%
tiveram contato pela internet
com desconhecidos
29%
9%
receberam pedidos
de foto de partes íntimas
ou conversas de conteúdo
sexual pela internet
47%
disseram ter visto imagens e
vídeos com conteúdo sexual
em redes sociais nos
últimos 12 meses
navegam pelo
celular diariamente
82%
COMO AS CRIANÇAS SE COMPORTAM NAS REDES SOCIAIS
30% informaram o telefone
46% informaram a escola onde estudam
17% informaram o endereço
52%
informaram que seus
perfis são públicos
das crianças entre 9 e 10 anos têm
perfil em alguma rede social
das crianças entre 11 e 12 anos têm
perfil em alguma rede social
43%
68%
Disponível em: http://blog.smp.org.br. Acesso em: 3 jun. 2019 (adaptado).
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“Combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças”, apresentando proposta
de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
*SA0175AZ20*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 21
CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de
forma a ter de desejar reviver é o dever —, pois,
em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes
de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça!
Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e não
recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está
em jogo!”.
NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: losoa para os
novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).
O trecho contém uma formulação da doutrina
nietzscheana do eterno retorno, que apresenta critérios
radicais de avaliação da
A qualidade de nossa existência pessoal e coletiva.
B conveniência do cuidado da saúde física e espiritual.
C legitimidade da doutrina pagã da transmigração
da alma.
D veracidade do postulado cosmológico da perenidade
do mundo.
E validade de padrões habituais de ação humana ao
longo da história.
A linguagem é uma grande força de socialização,
provavelmente a maior que existe. Com isso não
queremos dizer apenas o fato mais ou menos óbvio
de que a interação social dotada de signicado é
praticamente impossível sem a linguagem, mas que o
mero fato de haver uma fala comum serve como um
símbolo peculiarmente poderoso da solidariedade social
entre aqueles que falam aquela língua.
SAPIR, E. A linguagem. São Paulo: Perspectiva, 1980.
O texto destaca o entendimento segundo o qual a
linguagem, como elemento do processo de socialização,
constitui-se a partir de uma
A necessidade de ligação com o transcendente.
B relação de interdependência com a cultura.
C estruturação da racionalidade cientíca.
D imposição de caráter econômico.
E herança de natureza biológica.
O Instituto Histórico e Geográco Brasileiro
(IHGB) reuniu historiadores, romancistas, poetas,
administradores públicos e políticos em torno da
investigação a respeito do caráter brasileiro. Em certo
sentido, a estrutura dessa instituição, pelo menos como
projeto, reproduzia o modelo centralizador imperial.
Assim, enquanto na Corte localizava-se a sede, nas
províncias deveria haver os respectivos institutos
regionais. Estes, por sua vez, enviariam documentos e
relatos regionais para a capital.
DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil.
São Paulo: Planeta do Brasil, 2010 (adaptado).
De acordo com o texto, durante o reinado de D. Pedro II,
o referido instituto objetivava
A construir uma narrativa de nação.
B debater as desigualdades sociais.
C combater as injustiças coloniais.
D defender a retórica do abolicionismo.
E evidenciar uma diversidade étnica.
Para dar conta do movimento histórico do processo
de inserção dos povos indígenas em contextos
urbanos, cuja memória reside na fala dos seus sujeitos,
foi necessário construir um método de investigação,
baseado na História Oral, que desvelasse essas
vivências ainda não estudadas pela historiograa,
bem como as conitivas relações de fronteira daí
decorrentes. A partir da história oral foi possível
entender a dinâmica de deslocamento e inserção dos
índios urbanos no contexto da sociedade nacional,
bem como perceber os entrelugares construídos por
estes grupos étnicos na luta pela sobrevivência e no
enfrentamento da sua condição de invisibilidade.
MUSSI, P. L. V. Tronco velho ou ponta da rama? A mulher indígena terena
nos entrelugares da fronteira urbana. Patrimônio e Memória, n. 1, 2008.
O uso desse método para compreender as condições
dos povos indígenas nas áreas urbanas brasileiras
justica-se por
A focalizar a empregabilidade de indivíduos carentes
de especialização técnica.
B permitir o recenseamento de cidadãos ausentes das
estatísticas ociais.
C neutralizar as ideologias de observadores imbuídos
de viés acadêmico.
D promover o retorno de grupos apartados de suas
nações de origem.
E registrar as trajetórias de sujeitos distantes das
práticas de escrita.
*SA0175AZ21*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 22
Uma privatização do espaço maior do que aquela
proporcionada pelo quarto evidencia-se cada vez mais
nos séculos XVII e XVIII. Como as ruelles [espaço entre a
cama e a parede], as alcovas são espaços além do leito,
longe da porta que dá acesso à sala (ou à antecâmara,
nas casas da elite). Thomas Je󰀨erson, tecnólogo do
estilo século XVIII, mandou construir uma parede em
torno de sua cama a m de fechar completamente o
pequeno cômodo além do leito cômodo no qual
ele podia entrar, descendo da cama do lado da ruelle.
RANUM, O. Os refúgios da intimidade. In: CHARTIER, R. (Org.).
História da vida privada: da Renascença ao Século das Luzes.
São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).
A partir do século XVII, a história da casa, que foi se
modicando para atender aos novos hábitos dos
indivíduos, provocou o(a)
A ampliação dos recintos.
B iluminação dos corredores.
C desvalorização da cozinha.
D embelezamento dos jardins.
E especialização dos aposentos.
Os pesquisadores que trabalham com sociedades
indígenas centram sua atenção em documentos do tipo
jurídico-administrativo (visitas, testamentos, processos)
ou em relações e informes e têm deixado em segundo
plano as crônicas. Quando as utilizam, dão maior
importância àquelas que foram escritas primeiro e
que têm caráter menos teórico e intelectualizado, por
acharem que estas podem oferecer informações menos
deformadas. Contrariamos esse posicionamento,
pois as crônicas são importantes fontes etnográcas,
independentemente de serem contemporâneas ao
momento da conquista ou de terem sido redigidas
em período posterior. O fato de seus autores serem
verdadeiros humanistas ou pouco letrados não
desvaloriza o conteúdo dessas crônicas.
PORTUGAL, A. R. O ayllu andino nas crônicas quinhentistas:
um polígrafo na literatura brasileira do século XIX (1885-1897).
São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.
As fontes valorizadas no texto são relevantes
para a reconstrução da história das sociedades
pré-colombianas porque
A sintetizam os ensinamentos da catequese.
B enfatizam os esforços de colonização.
C tipicam os sítios arqueológicos.
D relativizam os registros ociais.
E substituem as narrativas orais.
Tomás de Aquino, lósofo cristão que viveu no
século XIII, arma: a lei é uma regra ou um preceito
relativo às nossas ações. Ora, a norma suprema dos
atos humanos é a razão. Desse modo, em última
análise, a lei está submetida à razão; é apenas uma
formulação das exigências racionais. Porém, é mister
que ela emane da comunidade, ou de uma pessoa que
legitimamente a representa.
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da losoa cristã.
Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado).
No contexto do século XIII, a visão política do lósofo
mencionado retoma o
A pensamento idealista de Platão.
B conformismo estoico de Sêneca.
C ensinamento místico de Pitágoras.
D paradigma de vida feliz de Agostinho.
E conceito de bem comum de Aristóteles.
TEXTO I
Eu queria movimento e não um curso calmo da
existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade
de sacricar-me por meu amor. Sentia em mim uma
superabundância de energia que não encontrava
escoadouro em nossa vida.
TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J.
Na natureza selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
TEXTO II
Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro
homem, a um enunciado mais exato da verdade; não
sendo suciente que eu lhe sacricasse em tudo o
meu interesse e as minhas simpatias, era preciso
sacricar-lhe também minha fraqueza e minha
natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força
de ser sempre verdadeiro em todas as ocasiões.
ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário.
Porto Alegre: L&PM, 2009.
Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da
existência humana e defendem uma experiência
A lógico-racional, focada na objetividade, clareza e
imparcialidade.
B místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e
espiritualidade.
C sociopolítica, constituída por integração,
solidariedade e organização.
D naturalista-cientíca, marcada pela experimentação,
análise e explicação.
E estético-romântica, caracterizada por sinceridade,
vitalidade e impulsividade.
*SA0175AZ22*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 23
Lembro, a propósito, uma cerimônia religiosa a
que assisti na noite de Santo Antônio de 1975 quando
presente a uma festa em honra do padroeiro. Ia a
coisa assim bonita e simples, até que, recitadas as
cinco dezenas de ave-marias e os seus padre-nossos,
chegou a hora do remate com o canto da salve-rainha.
O capelão começou a entoar nesse instante hino à
Virgem, em latim “Salve Regina, mater misericordiae”,
e, o que eu estranhei, foi seguido de pronto sem
qualquer hesitação pelos presentes. Depois veio o
espantoso para mim: a reza, também entoada, de
toda a extensa ladainha de Nossa Senhora igualmente
em latim. Eu olhava e não acabava de crer: aqueles
caboclos que eu via mourejando de serventes
nas obras do bairro estavam agora ali acaipirando
lindamente a poesia medieval do responso.
BOSI, A. Dialética da colonização. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.
O estranhamento do autor diante da cerimônia
relaciona-se ao encontro de temporalidades que
A questionam ritos católicos.
B evidenciam práticas ecumênicas.
C elitizam manifestações populares.
D valorizam conhecimentos escolares.
E revelam permanências culturais.
O frevo é uma forma de expressão musical,
coreográca e poética, enraizada no Recife e em Olinda,
no estado de Pernambuco. O frevo é formado pela
grande mescla de gêneros musicais, danças, capoeira
e artesanato. É uma das mais ricas expressões da
inventividade e capacidade de realização popular na
cultura brasileira. Possui a capacidade de promover a
criatividade humana e também o respeito à diversidade
cultural. No ano de 2012, a Unesco proclamou o frevo
como Patrimônio Imaterial da Humanidade.
PORTAL BRASIL. Disponível em: www.brasil.gov.br.
Acesso em: 10 fev. 2013.
A característica da manifestação cultural descrita que
justica a sua condição de Patrimônio Imaterial da
Humanidade é a
A conversão dos festejos em produto da elite.
B expressão de sentidos construídos coletivamente.
C dominação ideológica de um grupo étnico sobre outros.
D disseminação turística internacional dos eventos festivos.
E identicação de simbologias presentes nos
monumentos artísticos.
A ciência ativa rompe com a separação antiga entre a
ciência (episteme), o saber teórico, e a técnica (techne),
o saber aplicado, integrando ciência e técnica. Do ponto
de vista da ideia de ciência, a valorização da observação
e do método experimental opõe a ciência ativa à ciência
contemplativa dos antigos; assim também, a utilização
da matemática como linguagem da física, proposta por
Galileu sob inspiração platônica e pitagórica, e contrária à
concepção aristotélica.
MARCONDES, D. Iniciação à história da losoa: dos pré-socráticos
a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008 (adaptado).
Nesse contexto, a ciência encontra seu novo fundamento na
A utilização da prova para conrmação empírica.
B apropriação do senso comum como inspiração.
C reintrodução dos princípios da metafísica clássica.
D construção do método em separado dos fenômenos.
E consolidação da independência entre conhecimento
e prática.
Disponível em: http://operamundi.uol.com.br.
Acesso em: 28 ago. 2014 (adaptado).
As imagens representam fases de um conito geopolítico
no qual as forças envolvidas buscam
A garantir a posse territorial.
B promover a conversão religiosa.
C explorar as reservas petrolíferas.
D controlar os sítios arqueológicos.
E monopolizar o comércio marítimo.
*SA0175AZ23*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 24
ATLAS GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1986. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 16 ago. 2014 (adaptado).
A partida nal da Copa do Mundo de 2014 aconteceu no dia 13 de julho, às 16 horas, na cidade do Rio de Janeiro.
Considerando o horário de verão em Berlim, de 1 hora, os telespectadores alemães assistiram ao apito inicial do
juiz às
A 11 horas.
B 12 horas.
C 19 horas.
D 20 horas.
E 21 horas.
A depressão que afetou a economia mundial entre 1929 e 1934 se anunciou, ainda em 1928, por uma queda
generalizada nos preços agrícolas internacionais. Mas o fator mais marcante foi a crise nanceira detonada pela
quebra da Bolsa de Nova Iorque.
Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 abr. 2015 (adaptado).
Perante o cenário econômico descrito, o Estado brasileiro assume, a partir de 1930, uma política de incentivo à
A industrialização interna para substituir as importações.
B nacionalização de empresas estrangeiras atingidas pela crise.
C venda de terras a preços acessíveis para os pequenos produtores.
D entrada de imigrantes para trabalhar nas indústrias de base recém-criadas.
E abertura de linhas de nanciamento especial para empresas do setor terciário.
*SA0175AZ24*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 25
Produto do m da Guerra Fria, a Convenção sobre
a Proibição das Armas Químicas (CPAQ) marcou um
momento novo das relações internacionais no campo
da segurança. Aberta para assinaturas em Paris,
em janeiro de 1993, após cerca de duas décadas de
negociações na Conferência do Desarmamento em
Genebra, a CPAQ entrou em vigor em abril de 1997.
Ao abrir a I Conferência dos Estados-Partes na CPAQ,
em Haia, o secretário-geral da ONU, Ko Annan,
descreveu o evento como um “momentoso ato de paz”.
Disse: “O que vocês zeram com sua livre vontade foi
anunciar a essa e a todas as futuras gerações que as
armas químicas são instrumentos que nenhum Estado
com algum respeito por si mesmo e nenhum povo
com algum senso de dignidade usaria em conitos
domésticos ou internacionais”.
BUSTANI, J. M. A Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas:
trajetória futura. Parcerias Estratégicas, n. 9, out. 2000.
O que a Convenção representou para o cenário
geopolítico mundial?
A Esgotamento dos pactos bélicos multilaterais.
B Restrição aos complexos industriais militares.
C Enfraquecimento de blocos políticos regionais.
D Cerceamento às agências de inteligência estatal.
E Desestabilização das empresas produtoras de
munições.
Uma ação tomada por alguns países que
pode funcionar é proporcionar bolsas de estudo e
empréstimos para aqueles que querem estudar em
centros universitários fora do país, com a contrapartida
de que, após a conclusão da faculdade, essas pessoas
possam pagar ao governo voltando e trabalhando no
país de origem. Desburocratizar o exercício de certas
prossões e incentivar centros de excelência também
pode ajudar.
MALI, T. Disponível em: www.ufjf.br.
Acesso em: 10 out. 2015 (adaptado).
As medidas governamentais descritas buscam conter a
ocorrência do seguinte processo demográco:
A Transferência de refugiados.
B Deslocamento sazonal.
C Movimento pendular.
D Fuga de cérebros.
E Fluxo de retorno.
Lei n. 601, de 18 de setembro de 1850
D. Pedro II, por Graça de Deus e Unânime
Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e
Defensor Perpétuo do Brasil: Fazemos saber, a todos os
nossos súditos, que a Assembleia Geral decretou, e nós
queremos a Lei seguinte:
Art. Ficam proibidas as aquisições de terras
devolutas por outro título que não seja o de compra.
Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2014 (adaptado).
Considerando a conjuntura histórica, o ordenamento
jurídico abordado resultou na
A mercantilização do trabalho livre.
B retração das fronteiras agrícolas.
C demarcação dos territórios indígenas.
D concentração da propriedade fundiária.
E expropriação das comunidades quilombolas.
TEXTO I
A adesão da Alemanha à Otan
A adesão da Alemanha Ocidental à Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan) há 50 anos teve como
pano de fundo o conito entre o Ocidente e o Leste da
Europa e o projeto da integração europeia. A adesão
da República Federal da Alemanha foi um passo
importante para a reconstrução do país no pós-guerra
e abriu o caminho para a Alemanha desempenhar um
papel relevante na defesa da Europa Ocidental durante
a Guerra Fria.
HAFTENDORN, H. A adesão da Alemanha à Otan: 50 anos depois.
Disponível em: www.nato.int. Acesso em: 5 out. 2015 (adaptado).
TEXTO II
Otan discute medidas para deter os jihadistas
no Iraque e na Síria
O regime de terror imposto pelos islamitas radicais
no Oriente Médio alarma a Otan tanto ou mais que a
Rússia, ainda que a estratégia para detê-los ainda seja
difusa. O avanço do chamado Estado Islâmico, que
instalou um califado repressor em zonas do Iraque e da
Síria, comandou boa parte das reuniões bilaterais que
mantiveram os líderes da organização atlântica no País
de Gales.
ABELLÁN, L. Otan discute medidas para deter os jihadistas no
Iraque e na Síria. Disponível em: http://brasil.elpais.com.
Acesso em: 5 out. 2015.
As diferentes estratégias da Otan, demonstradas nos
textos, são resultantes das transformações na
A composição dos países-membros.
B localização das bases militares.
C conformação do cenário geopolítico.
D distribuição de recursos naturais.
E destinação dos investimentos nanceiros.
*SA0175AZ25*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 26
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro
CHICO BUARQUE. Paratodos. 1993. Disponível em:
www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 29 jun. 2015 (fragmento).
A característica familiar descrita deriva do seguinte
aspecto demográco:
A Migração interna.
B População relativa.
C Expectativa de vida.
D Taxa de mortalidade.
E Índice de fecundidade.
As crianças devem saudar as pessoas
distintas, os professores e senhoras conhecidas
que encontrarem, que elas não se negarão a
corresponder. Não devem empurrar ninguém nem
cortar o passo dos transeuntes. Não escrever nas
paredes e portas coisa alguma. Nunca atirar pedras.
Não atirar cascas de frutas no chão, o que pode ser
motivo de desastres gravíssimos. Nunca fitar de
propósito os olhos sobre pessoas aleijadas ou rir-se
de algum defeito físico do próximo.
A Imprensa, n. 67, 27 abr. 1914.
O discurso sobre a infância, veiculado pelo jornal no
início do século XX, visava a promoção de
A formas litúrgicas de interação.
B valores abstratos de cidadania.
C normas sociomorais de civilidade.
D concepções arcaicas de disciplina.
E conceitos importados de pedagogia.
A ausência quase completa de fantasmas na Bíblia
deve ter favorecido também a vontade de rejeição dos
fantasmas pela cultura cristã. Várias passagens dos
Evangelhos manifestam mesmo uma grande reticência
com relação a um culto dos mortos: “Deixa os mortos
sepultar os mortos”, diz Jesus (Mt 8:21), ou ainda:
“Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos” (Mt 22:32).
Por certo, numerosos mortos são ressuscitados por
Jesus (e, mais tarde, por alguns de seus discípulos),
mas tal milagre o mais notório possível segundo as
classicações posteriores dos hagiógrafos medievais
não é assimilável ao retorno de um fantasma.
Ele pregura a própria ressurreição do Cristo três dias
depois de sua Paixão. Antecipa também a ressurreição
universal dos mortos no m dos tempos.
SCHMITT, J.-C. Os vivos e os mortos na sociedade medieval.
São Paulo: Cia. das Letras, 1999.
De acordo com o texto, a representação da morte
ganhou novos signicados nessa religião para
A extinguir as formas de ritualismo funerário.
B evitar a expressão de antigas crenças politeístas.
C sacramentar a execução do exorcismo de inéis.
D enfraquecer a convicção na existência de demônios.
E consagrar as práticas de contato mediúnico
transcendental.
O feminismo teve uma relação direta com o
descentramento conceitual do sujeito cartesiano
e sociológico. Ele questionou a clássica distinção
entre o “dentro” e o “fora”, o “privado” e o “público”.
O slogan do feminismo era: “o pessoal é político”.
Ele abriu, portanto, para a contestação política,
arenas inteiramente novas: a família, a sexualidade,
a divisão doméstica do trabalho etc.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade.
Rio de Janeiro: DP&A, 2011 (adaptado).
O movimento descrito no texto contribui para o processo
de transformação das relações humanas, na medida em
que sua atuação
A subverte os direitos de determinadas parcelas da
sociedade.
B abala a relação da classe dominante com o Estado.
C constrói a segregação dos segmentos populares.
D limita os mecanismos de inclusão das minorias.
E redene a dinâmica das instituições sociais.
*SA0175AZ26*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 27
O conhecimento é sempre aproximado, falível e,
por isso mesmo, suscetível de contínuas correções.
Uma justicação pode parecer boa, num certo
momento, até aparecer um conhecimento melhor.
O que dene a ciência não será então a ilusória
obtenção de verdades denitivas. Ela será antes
denível pela prevalência da utilização, por parte
dos seus praticantes, de instrumentalidades que
o campo cientíco forjou e tornou disponíveis.
Ou seja, cada progressão no conhecimento
que mostre o caráter errôneo ou insuficiente de
conhecimentos anteriores não remete estes últimos
para as trevas exteriores da não ciência, mas
apenas para o estágio de conhecimentos científicos
historicamente ultrapassados.
ALMEIDA, J. F. Velhos e novos aspectos da epistemologia das ciências
sociais. Sociologia: problemas e práticas, n. 55, 2007 (adaptado).
O texto desmistica uma visão do senso comum
segundo a qual a ciência consiste no(a)
A conjunto de teorias imutáveis.
B consenso de áreas diferentes.
C coexistência de teses antagônicas.
D avanço das pesquisas interdisciplinares.
E preeminência dos saberes empíricos.
Uns viam na abdicação uma verdadeira revolução,
sonhando com um governo de conteúdo republicano;
outros exigiam o respeito à Constituição, esperando
alcançar, assim, a consolidação da Monarquia.
Para alguns, somente uma Monarquia centralizada
seria capaz de preservar a integridade territorial do
Brasil; outros permaneciam ardorosos defensores
de uma organização federativa, à semelhança da
jovem República norte-americana. Havia aqueles que
imaginavam que somente um Poder Executivo forte
seria capaz de garantir e preservar a ordem vigente;
assim como havia os que eram favoráveis à atribuição
de amplas prerrogativas à Câmara dos Deputados, por
entenderem que somente ali estariam representados os
interesses das diversas províncias e regiões do Império.
MATTOS, I. R.; GONÇALVES, M. A. O Império da boa sociedade:
a consolidação do Estado imperial brasileiro.
São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).
O cenário descrito revela a seguinte característica
política do período regencial:
A Instalação do regime parlamentar.
B Realização de consultas populares.
C Indenição das bases institucionais.
D Limitação das instâncias legislativas.
E Radicalização das disputas eleitorais.
A Regência iria enfrentar uma série de rebeliões
nas províncias, marcadas pela reação das elites locais
contra o centralismo monárquico levado a efeito pelos
interesses dos setores ligados ao café da Corte, como
a Cabanagem, no Pará, a Balaiada, no Maranhão, e a
Sabinada, na Bahia. Mas, de todas elas, a Revolução
Farroupilha era aquela que mais preocuparia, não pela
sua longa duração como pela sua situação fronteiriça da
província do Rio Grande, tradicionalmente a garantidora
dos limites e dos interesses antes lusitanos e agora
nacionais do Prata.
PESAVENTO, S. J. Farrapos com a faca na bota. In: FIGUEIREDO, L.
História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro:
Casa da Palavra, 2013.
A característica regional que levou uma das revoltas
citadas a ser mais preocupante para o governo central
era a
A autonomia bélica local.
B coesão ideológica radical.
C liderança política situacionista.
D produção econômica exportadora.
E localização geográca estratégica.
É amplamente conhecida a grande diversidade
gastronômica da espécie humana. Frequentemente, essa
diversidade é utilizada para classicações depreciativas.
Assim, no início do século, os americanos denominavam
os franceses de “comedores de rãs”. Os índios kaapor
discriminam os timbiras chamando-os pejorativamente
de “comedores de cobra”. E a palavra potiguara pode
signicar realmente “comedores de camarão”. As pessoas
não se chocam apenas porque as outras comem coisas
variadas, mas também pela maneira que agem à mesa.
Como utilizamos garfos, surpreendemo-nos com o uso dos
palitos pelos japoneses e das mãos por certos segmentos
de nossa sociedade.
LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico.
São Paulo: Jorge Zahar, 2001 (adaptado).
O processo de estranhamento citado, com base em um
conjunto de representações que grupos ou indivíduos
formam sobre outros, tem como causa o(a)
A reconhecimento mútuo entre povos.
B etnocentrismo recorrente entre populações.
C comportamento hostil em zonas de conito.
D constatação de agressividade no estado de natureza.
E transmutação de valores no contexto da modernidade.
*SA0175AZ27*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 28
O espírito humano controla as máquinas cada vez
mais potentes que criou. Mas a lógica dessas máquinas
articiais controla cada vez mais o espírito dos cientistas,
sociólogos, políticos e, de modo mais abrangente, todos
aqueles que, obedecendo à soberania do cálculo,
ignoram tudo o que não é quanticável, ou seja, os
sentimentos, sofrimentos, alegrias dos seres humanos.
Essa lógica é assim aplicada ao conhecimento e à
conduta das sociedades, e se espalha em todos os
setores da vida.
MORIN, E. O método 5: a humanidade da humanidade.
Porto Alegre: Sulina, 2012 (adaptado).
No contexto atual, essa crítica proposta por Edgar Morin
se aplica à
A intensicação das relações interpessoais.
B descentralização do poder econômico.
C fragmentação do mercado consumidor.
D valorização do paradigma tecnológico.
E simplicação das atividades laborais.
Uma parte da nossa formação cientíca confunde-se
com a atividade de uma polícia de fronteiras, revistando
os pensamentos de contrabando que viajam na mala
de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos
de carimbada cienticidade. A biologia, por exemplo,
é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de
transitarmos para lógicas de outros seres, de nos
descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro
da vida nem o topo da evolução.
COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado).
No trecho, expressa-se uma visão poética da
epistemologia cientíca, caracterizada pela
A implementação de uma viragem linguística com
base no formalismo.
B fundamentação de uma abordagem híbrida com
base no relativismo.
C interpretação da natureza eclética das coisas com
base no antiacademicismo.
D denição de uma metodologia transversal com base
em um panorama cético.
E compreensão da realidade com base em uma
perspectiva não antropocêntrica.
Embora os centros de decisão permaneçam
fortemente centralizados nas cidades mundiais, as
atividades produtivas podem ser desconcentradas, desde
que haja conexões fáceis entre as unidades produtivas
e os centros de gestão e exista a disponibilidade de
trabalho qualicado e uma base técnica adequada às
operações industriais.
EGLER, C. A. G. Questão regional e a gestão do território no Brasil.
In: CASTRO, I. E.; CORRÊA, R. L.; GOMES, P. C. C. (Org.). Geograa:
conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.
A mudança nas atividades produtivas a que o texto faz
referência é motivada pelo seguinte fator:
A Denição volátil das taxas aduaneiras e cambiais.
B Prestação regulada de serviços bancários e
nanceiros.
C Controle estrito do planejamento familiar e uxo
populacional.
D Renovação constante das normas jurídicas e marcos
contratuais.
E Oferta suciente de infraestruturas logísticas e
serviços especializados.
A estética relativamente estável do modernismo
fordista cedeu lugar a todo o fermento, instabilidade e
qualidades fugidias de uma estética pós-moderna que
celebra a diferença, a efemeridade, o espetáculo, a
moda e a mercadicação de formas culturais.
HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as
origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2009.
No contexto descrito, as transformações estéticas
impactam a produção de bens por meio da
A promoção de empregos fabris, integrada às linhas
de montagem.
B ampliação dos custos de fabricação, impulsionada
pelo consumo.
C redução do tempo de vida dos produtos,
acompanhada da crescente inovação.
D diminuição da importância da organização logística,
utilizada pelos fornecedores.
E expansão de mercadorias estocadas, aliada a
maiores custos de armazenamento.
*SA0175AZ28*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 29
A cidade
E a situação sempre mais ou menos,
Sempre uns com mais e outros com menos.
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce.
CHICO SCIENCE e Nação Zumbi. In: Da lama ao caos.
Rio de Janeiro: Chaos; Sony Music, 1994 (fragmento).
A letra da canção do início dos anos 1990 destaca uma
questão presente nos centros urbanos brasileiros que
se refere ao(à)
A décit de transporte público.
B estagnação do setor terciário.
C controle das taxas de natalidade.
D elevação dos índices de criminalidade.
E desigualdade da distribuição de renda.
O consumo da habitação, em especial aquela
dotada de atributos especiais no espaço urbano,
contribui para o entendimento do fenômeno, pois
certas áreas tornam-se alvos de operações comerciais
de prestígio com a produção e/ou a renovação de
construções, diferente de outras porções da cidade,
dotadas de menor infraestrutura.
SANTOS, A. R. O consumo da habitação de luxo no espaço urbano
parisiense. Conns, n. 23, 2015 (adaptado).
O conceito que dene o processo descrito denomina-se
A escala cartográca.
B conurbação metropolitana.
C território nacional.
D especulação imobiliária.
E paisagem natural.
Estima-se que no Brasil mais de 20% da população
tenha algum tipo de diculdade de locomoção, seja por
deciência física, motora, sensorial ou mesmo por uma
condição especíca transitória. Para que essa parcela da
população exerça plenamente o seu direito constitucional
de ir e vir, os sistemas de transporte têm de apresentar
características adequadas de acessibilidade, dentro dos
conceitos do desenho universal.
IPEA. Políticas de melhoria das condições de acessibilidade do
transporte urbano no Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 2015.
No meio urbano, o atendimento da proposta de inclusão
social apresentada no texto demanda um conjunto de
intervenções técnicas que promovam o(a)
A ocupação de áreas periféricas.
B democratização do espaço público.
C alargamento da malha de rodovias.
D monitoramento de uxos populacionais.
E expansão de sistemas de comunicação.
Quanto mais a vida social se torna mediada pelo
mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas
viagens internacionais, pelas imagens da mídia e
pelos sistemas de comunicação interligados, mais as
identidades se tornam desvinculadas desalojadas —
de tempos, lugares, histórias e tradições especícos e
parecem “utuar livremente”. Somos confrontados por
uma gama de diferentes identidades (cada qual nos
fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes
partes de nós), dentre as quais parece possível fazer
uma escolha.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade.
Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
Do ponto de vista conceitual, a transformação identitária
descrita resulta na constituição de um sujeito
A altruísta.
B dependente.
C nacionalista.
D multifacetado.
E territorializado.
A população africana residente nesta província, bem
como a de todo o Império, compõe-se de indivíduos de
diferentes lugares da África que variam em costumes
e religiões; a que aqui segue o maometismo, à qual
pertencemos, é uma população pequena, porém, distinta
entre si, e notando a necessidade de sustentarmos nosso
culto e fundados ainda no artigo da Constituição do
Império, requeremos ao sr. chefe de polícia licença para
exercermos o culto.
REIS, J. J.; GOMES, F. S.; CARVALHO, M. J. M. O Alufá Runo:
tráco, escravidão e liberdade no Atlântico negro (1822-1853).
São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado).
O pedido de um grupo de africanos de Recife ao chefe
de polícia local tinha como objetivo, naquele contexto,
A criticar a doutrina ocial.
B professar uma fé alternativa.
C assegurar a cidadania política.
D legalizar os terreiros de candomblé.
E eliminar algumas tradições culturais.
*SA0175AZ29*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 30
A importância do conhecimento está em seu
uso, em nosso domínio ativo sobre ele, quero dizer,
reside na sabedoria. É convencional falar em mero
conhecimento, separado da sabedoria, como capaz
de incutir uma dignidade peculiar a seu possuidor.
Não compartilho dessa reverência pelo conhecimento
como tal. Tudo depende de quem possui o
conhecimento e do uso que faz dele.
WHITHEHEAD, A. N. Os ns da educação e outros ensaios.
São Paulo: Edusp, 1969.
No trecho, o autor considera que o conhecimento traz
possibilidades de progresso material e moral quando
A prioriza o rigor conceitual.
B valoriza os seus dogmas.
C avalia a sua aplicabilidade.
D busca a inovação tecnológica.
E instaura uma perspectiva cientíca.
Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente
ele quem interpela as pessoas na rua, os jovens no
ginásio, perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o
encarregou disso, é sua missão, e ele não a abandonará,
mesmo no momento em que for ameaçado de morte.
Ele é certamente o homem que cuida do cuidado dos
outros: esta é a posição particular do lósofo.
FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2004.
O fragmento evoca o seguinte princípio moral da losoa
socrática, presente em sua ação dialógica:
A Examinar a própria vida.
B Ironizar o seu oponente.
C Sosmar com a verdade.
D Debater visando a aporia.
E Desprezar a virtude alheia.
Quando se trata de competência nas construções e
nas artes, os atenienses acreditam que poucos sejam
capazes de dar conselhos. Quando, ao contrário, se
trata de uma deliberação política, toleram que qualquer
um fale, de outro modo não existiria a cidade.
BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2000 (adaptado).
De acordo com o texto, a atuação política dos cidadãos
atenienses na Antiguidade Clássica tinha como
característica fundamental o(a)
A dedicação altruísta em ações coletivas.
B participação direta em fóruns decisórios.
C ativismo humanista em debates públicos.
D discurso formalista em espaços acadêmicos.
E representação igualitária em instâncias parlamentares.
Particularmente nos dias de inverno, pode
ocorrer um rápido resfriamento do solo ou um
rápido aquecimento das camadas atmosféricas
superiores. O ar quente ca por cima da camada de
ar frio, passando a funcionar como um bloqueio, o
que impede a formação de correntes de ar (vento).
Dessa forma, o ar frio próximo ao solo não sobe
porque é o mais denso, e o ar quente que lhe está
por cima não desce porque é o menos denso.
Nas grandes cidades, esse fenômeno tende a se
agravar, uma vez que a expressiva concentração de
indústrias e automóveis intensica o lançamento de
poluentes e material particulado na atmosfera, o que
torna o ar mais impuro e, por conseguinte, contribui
para o aumento de casos de irritação nos olhos e
doenças respiratórias.
AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996 (adaptado).
Agravado pela ação antrópica, o fenômeno atmosférico
descrito no texto é o(a)
A efeito estufa.
B ilha de calor.
C inversão térmica.
D ciclone tropical.
E chuva orográca.
Tal como foi concebido, o desenvolvimento da
Amazônia pressupunha o desmatamento. Muitas forças
foram envolvidas e constituíram uma teia de múltiplos
interesses: as instituições nanceiras internacionais, a
tecnocracia militar e civil, as elites regionais e nacionais,
as corporações transnacionais, os madeireiros, os
colonos sem terra e os garimpeiros.
SANTOS, L. G. Politizar as novas tecnologias: o impacto sociotécnico
da informação digital e genética. São Paulo:
Editora 34, 2003 (adaptado).
O modo de exploração descrito opõe-se a um modelo de
desenvolvimento que
A gera empregos formais.
B possibilita lucros imediatos.
C maximiza atividades de extração.
D reitera a dependência econômica.
E promove a conservação de recursos.
*SA0175AZ30*
CH - 1º dia | Caderno 1 - AZUL - Página 31
O progresso
Eu queria não ver todo o verde da terra morrendo
E das águas dos rios os peixes desaparecendo
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro
Não passa de um negro veneno
E sabemos que por tudo isso vivemos bem menos.
ROBERTO CARLOS; ERASMO CARLOS. Roberto Carlos.
Rio de Janeiro: CBS, 1976 (fragmento).
O trecho da letra da canção avalia o uso de combustíveis
fósseis com base em sua potencial contribuição para
aumentar o(a)
A base da pirâmide etária.
B alcance da fronteira de recursos.
C degradação da qualidade de vida.
D sustentabilidade da matriz energética.
E exploração do trabalho humano.
A topograa predominante no Planalto Central é a de
uma região horizontal, chata, que me fez recordar muito
do Planalto Central da África do Sul: o mesmo horizonte
circular, a mesma vegetação baixa e rala, que permite à
vista varrer extensões innitas.
WEIBEL, L. Capítulos de geograa tropical e do Brasil.
Rio de Janeiro: IBGE, 1979.
Quais formações vegetais pertencem às paisagens
apresentadas?
A Os cerrados e as savanas.
B Os garrigues e as pradarias.
C As caatingas e os maquis.
D As coníferas e as estepes.
E As restingas e os chaparrais.
As águas das precipitações atmosféricas sobre
os continentes nas regiões não geladas podem tomar
três caminhos: evaporação imediata, inltração ou
escoamento. A relação entre essas três possibilidades,
assim como das suas respectivas intensidades quando
ocorrem em conjunto, o que é mais frequente, depende
de vários fatores, tais como clima, morfologia do
terreno, cobertura vegetal e constituição litológica.
LEINZ, V. Geologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989 (adaptado).
A preservação da cobertura vegetal interfere no
processo mencionado contribuindo para a
A decomposição do relevo.
B redução da evapotranspiração.
C contenção do processo de erosão.
D desaceleração do intemperismo químico.
E deposição de sedimentos no solo.
No litoral sudeste, especialmente na região de
Cabo Frio (RJ), ocorre, por vezes, um fenômeno
interessante, que abaixa a temperatura da água do
mar a até 14 °C, nos meses de janeiro e fevereiro.
Isso acontece devido ao vento, que, no verão, sopra
constantemente da direção nordeste. Assim, esse
vento constante empurra as águas da superfície,
que haviam sofrido insolação e, portanto, estavam
aquecidas (em torno de 26 °C), para o oceano aberto.
Origina-se, então, uma lacuna de água junto à costa,
que é preenchida por águas profundas, bem mais
frias, que sobem e atingem a superfície. A ascensão
das águas frias é chamada de ressurgência.
VIEIRA, A. C. M.; ALVES, D. S. C.; MATSCHINSKE, E. G. Inuência
das correntes oceânicas no clima do Brasil. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 10 out. 2015.
Uma importância econômica do fenômeno apresentado
reside no fato de que ele favorece o surgimento de
A recifes de corais, atraindo o turismo.
B áreas de cardumes, beneciando a pesca.
C zonas de calmaria, facilitando a navegação.
D locais de águas límpidas, favorecendo o mergulho.
E campos de sedimentos orgânicos, formando o petróleo.
Vimos que o homem sem lei é injusto e o respeitador
da lei é justo; evidentemente todos os atos legítimos são,
em certo sentido, atos justos, porque os atos prescritos
pela arte do legislador são legítimos e cada um deles é
justo. Ora, nas disposições que tomam sobre todos os
assuntos, as leis têm em mira a vantagem comum, quer
de todos, quer dos melhores ou daqueles que detêm o
poder ou algo desse gênero; de modo que, em certo
sentido, chamamos justos aqueles atos que tendem
a produzir e a preservar, para a sociedade política, a
felicidade e os elementos que a compõem.
ARISTÓTELES. A política. São Paulo:
Cia. das Letras, 2010 (adaptado).
De acordo com o texto de Aristóteles, o legislador deve
agir conforme a
A moral e a vida privada.
B virtude e os interesses públicos.
C utilidade e os critérios pragmáticos.
D lógica e os princípios metafísicos.
E razão e as verdades transcendentes.
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